Cem milhões de dólares norte-americanos é o valor inicial que o Estado angolano vai arrecadar como prémio da concessão do Corredor do Lobito ao consórcio composto por três empresas que, durante 30 anos, vão explorar e gerir os serviços ferroviários e logísticos desta infra-estrutura.
O facto foi confirmado esta sexta-feira, em Luanda, pelo director nacional da Economia das Concessões, Eugénio Fernandes, após o acto de assinatura do contrato de concessão para gestão do Corredor do Lobito, que, doravante, será gerido pelas empresas privadas Vecturis, Trafigura e Mota Engil.
Além dos cem milhões de dólares, o Estado Angolano prevê, igualmente, encaixar em rendas, cerca de 319,4 milhões de dólares, nos primeiros 10 anos do contrato, 787,4 milhões, entre o décimo primeiro e o vigésimo ano, USD 919 milhões 53 mil e 959, nos últimos 10 anos, perfazendo um total de mais dois mil milhões de dólares.
Adicionalmente, Eugénio Fernandes lembrou que a gestão privada do Corredor do Lobito permitirá poupar as despesas que o Estado fazia nas manutenções da infra-estrutura, além de criar 1 600 postos de trabalho directos.
Com essa concessão, o respectivo consórcio vai assumir a operação, exploração e a manutenção do transporte ferroviário de mercadorias, assim como a manutenção de toda a infra-estrutura existente ao longo do corredor, que sai do Lobito (Benguela) para Luau (Moxico), passando pelas províncias do Huambo e Bié, numa extensão de 1 200 quilómetros.
Segundo o director nacional da Economia das Concessões, Eugénio Fernandes, o processo de modernização do Caminho-de-Ferro Benguela/Moxico está prevista para Dezembro deste ano.
Para essa empreitada, o consórcio perspectiva investir cerca de 500 milhões de dólares, que servirão para compra de novas locomotivas, vagões e modernização tecnológica das infra-estruturas ferroviárias, segundo Alexandre Canas, representante das três empresas vencedoras do concurso público para a concessão do Corredor.
O responsável referiu que o novo Corredor permitirá desbloquear a região rica em minerais de transição energética, melhorar as relações comerciais na África Central, bem como servirá de oportunidade para acelerar o desenvolvimento económico das províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, em particular.
Sublinhou também que o investimento do consórcio vai impulsionar o desenvolvimento do novo Porto Mineral do Lobito, desenvolvimento de um centro de formação nacional e regional, implementação de novas tecnologias, com foco principal na segurança.
Afirmou que a modernização da infra-estrutura irá, igualmente, contribuir no desenvolvimento da região Austral do continente africano, além de fortalecer as trocas comercias entre Angola, República Democrática do Congo (RDC) e a Zâmbia.
Para Alexandre Canas, o consórcio compromete-se a gerir o Corredor para satisfazer o interesse do país e da sua população, tendo em conta o grande esforço financeiro que o Governo de Angola fez nessa infra-estrutura.
Com uma capacidade máxima de 22 toneladas/eixo e potencial para 50 comboios/dia, o Corredor do Lobito recebeu a sua primeira concessão em 1902, constituindo-se numa infra-estrutura de transportes e logística em África.
ANGOP