O Fundo de Desenvolvimento Urbano e Municipal (UMDF) do Banco Africano de Desenvolvimento (www.AfDB.org) está a estabelecer uma parceria com a Companhia de Água e Desenvolvimento Agrícola de Essuatíni (ESWADE) num novo projeto de irrigação que deverá impulsionar a agricultura e as atividades económicas relacionadas, e atrair dezenas de milhares de trabalhadores.
O Fundo aprovou uma subvenção de 400 000 dólares para o “Eswatini New Eco-Green City Masterplan” na semana passada. A subvenção apoiará o planeamento de uma nova área urbana na região de Shiselweni, onde se espera que a população e as atividades económicas cresçam rapidamente nos próximos anos.
O projeto inclui a criação de uma zona especial de transformação agrícola, a realizar pela ESWADE, no âmbito de uma parceria público-privada. O projeto irá gerar cerca de 100 mil postos de trabalho, criando a necessidade de serviços de habitação, saúde e educação para os trabalhadores e as suas famílias.
A região de Shiselweni enfrenta o nível de pobreza mais elevado do país, mas é muito adequada para a atividade agrícola devido à riqueza dos seus solos. É a região mais seca de Essuatíni, com uma precipitação anual de 500 mm por ano. A redução da vulnerabilidade à seca e o desenvolvimento de atividades económicas são uma prioridade para o governo, que está a planear a construção de três barragens para permitir a irrigação.
Denominado Projeto de Aumento da Água de Mkhondvo-Ngwavuma (MNWAP), o plano é orientado por uma abordagem de cadeia de valor que inclui a diversificação agrícola (horticultura, algodão, feijão seco, culturas oleaginosas) que permitirá o agroprocessamento e atrairá novas indústrias e trabalhadores.
Um obstáculo será acomodar o afluxo de trabalhadores, estimulado pelo crescimento do complexo agroindustrial. Espera-se que uma nova cidade verde bem planeada forneça serviços de alta qualidade à população, estimule a diversificação económica, crie emprego sustentável e reduza a pobreza na zona, salvaguardando simultaneamente o ambiente.
O Fundo contribuirá para a elaboração de uma visão e de uma estratégia de desenvolvimento que definam as metas e os objetivos do governo. Apoiará igualmente o plano de desenvolvimento da nova cidade ecológica e das zonas de transformação agrícola ligadas às iniciativas de desenvolvimento atuais e futuras. Será também abordado um plano diretor para o desenvolvimento holístico desta região, incluindo a avaliação das necessidades de infraestruturas sustentáveis, estudos de pré-viabilidade e pacotes de investimento para apoiar investimentos a jusante pelo Banco Africano de Desenvolvimento e outros parceiros.
O apoio do Fundo de Desenvolvimento Urbano e Municipal será fundamental para a conceção do plano de desenvolvimento e para identificar os elementos não agrícolas do projeto, incluindo, entre outros, a energia e os transportes. O fundo apoiará os aspetos de planeamento urbano do projeto.
“As abordagens e soluções de adaptação e atenuação das alterações climáticas estarão no centro do planeamento urbano, das soluções e do desenvolvimento do investimento setorial”, afirmou Marcus Mayr, coordenador do UMDF, que apresentou o projeto durante o Comité de Supervisão.