Em Espanha, sobre para 211 o número de mortos na sequência das inundações, num balanço ainda provisório. De acordo com dados oficiais, cerca de 1 900 pessoas ainda se encontram desaparecidas. O chefe do Governo Pedro Sánchez anunciou este sábado o envio de 10 000 militares para a região de Valência, para participar nas operações de procura e resgate.
Quatro dias depois das cheias que mataram pelo menos 211 pessoas em Espanha, estima-se que cerca de 1 900 pessoas ainda estejam desaparecidas, com base no registo de chamadas para os serviços de emergência.
Um documento oficial divulgado pelo jornal espanhol El País, resultante de uma reunião das equipas de emergência, menciona ainda que 70 corpos foram localizados mas ainda aguardam resgate oficial.
O chefe do Governo Pedro Sanchéz anunciou este sábado o reforço de 10 000 polícias e militares. Trata-se do maior destacamento de militares ocorrido no país em tempos de paz.
Entretanto, as equipas de socorro enfrentam importantes desafios logísticos, nomeadamente devido à acumulação de carros destruídos que bloqueiam as ruas, ainda submergidas em lama.
A electricidade começou aos poucos a ser restabelecida mas ainda há milhares de casas sem luz, de acordo com a imprensa espanhola.
No terreno, milhares de voluntários organizados em equipas vieram para ajudar nas operações de limpezas, mas os habitantes da região afectada de Valência temem que a reconstrução possa demorar anos. Alguns queixam-se de terem sido “abandonados” pelas autoridades.
Na sequência desta catástrofe climática, foram feitas várias críticas aos dirigentes políticos. A principal razão do descontentamento prende-se com o atraso nos alertas meteorológicos. As autoridades emitiram avisos pelas 20 horas locais, horas depois do início das chuvas, quando alguns municípios já estavam submergidos em dois metros de água.
O governo regional, liderado pelo Partido Popular, de direita, e pelo Vox, de extrema-direita, é criticado por ter acabado com a Unidade Valenciana de Emergências (UVE), uma instituição criada em Fevereiro de 2023 pelo ex-governo regional socialista.
Estas unidades de emergência coordenavam a relação com outras entidades do Estado para dar respostas rápidas a catástrofes naturais e actuar tanto em Valência, como noutras comunidades.
O novo governo de direita e extrema-direita considerou que as UVE geravam muitos gastos para a comunidade e decidiu dissolver estas agências, que estavam numa fase inicial.
Este é o maior desastre climático que afectou a Espanha e o mais mortífero na Europa nos últimos 50 anos.