“É um grande esforço do Governo, pois foi investido um valor de 300 milhões de kwanzas para 700 mil casas por toda Luanda”, realçou o PCA da EPAL, referindo-se ao ambicioso projecto a cargo de uma empresa chinesa. 200 angolanos e 60 chineses estão engajados na empreitada. A conclusão dos trabalhos deverá acontecer em dois anos e meio, sendo que a próxima etapa será o início das actividades no município da Samba, no dia 1 de Maio.
Segundo Leonídio Ceitas, a EPAL “está em constante evolução”. O principal desafio, frisou, tem sido corrigir os erros do passado, prometendo que dentro de dois anos a empresa que dirige vai duplicar o volume de água fornecida. “ O mais importante é fazer uma obra de qualidade, para que os luandenses tenham água” , disse.
O PRIMEIRO BENEFICIÁRIO
O cidadão João Barrabas, residente no bairro Kifica, com quem conversámos enquanto comprava água de uma cisterna, sente-se satisfeito por a área em que reside ter sido contemplada pelo projecto, destacando que se trata de “um bem básico para a população, a água”.
O morador acredita que o Governo está a fazer “todo esforço” para que a população tenha água. Contudo, João Barrabas aproveitou a ocasião para lembrar que na zona falta energia eléctrica, pelo que pediu a atenção do Executivo para a solução do problema.
Garimpo, o maior problema da EPAL
Em conversa com O PAÍS, Leonídio Ceitas referiu que as ligações clandestinas são um sério problema para a EPAL. “O nosso maior cancro é o garimpo de água”, admitiu. É voz corrente que os prevaricadores acusam muitas vezes os trabalhadores da empresa de facilitarem aquela prática.
O PCA da EPAL explicou que a Polícia Nacional tem agido no sentido de ajudar no combate às ligações ilegais. Fez saber, a propósito, que estão a ser criadas condições para permitir que os “garimpeiros” abandonem esta prática e passem a abastecer os camiões nas girafas que estão a ser criadas.
A problemática só vai ser resolvida com o apoio de toda sociedade, acrescentou o responsável, que pediu o apoio dos cidadãos no sentido de denunciarem os autores de ligações clandestinas.
“Verifica-se no bairro do Prenda e noutros, pessoas que impedem que a água chegue às residências, para acumular num tanque, para vender, e os moradores aceitam isso, o que é inconcebível. O cidadão deve exercer o dever de cidadania e proteger o que o Governo, com grande esforço financeiro, colocou à disposição de todos”, afirmou, indignado.
FONTE: O País