O Sindicato dos Enfermeiros de Luanda condenou nesta terça-feira, 14, o recrutamento de novos profissionais para substituírem os médicos em greve, a quem manifesta a sua solidariedade.
O seu secretário-geral, Afonso Kileba, disse à VOA que a “requisição civil”, prevista na lei, não se aplica ao caso da paralisação dos médicos porque “só é possível em caso de sinistro ou calamidade”.
Estas declarações de Kileba surgem na sequência da denúncia feita na segunda-feira,13, pela médica Jandira da Silva, segundo a qual o Ministério da Saúde estará a recrutar “militares e médicos recém-formados para assegurar a assistência aos doentes”.
“O Ministério da Saúde está a contratar médicos bolseiros recém-formados recentemente em Cuba para substituírem os grevistas”, garantiu Silva.
Em declarações à Rádio Luanda, aquela profissional assegurou que “a greve vai continuar, por tempo indeterminado” e anunciou que, a nível capital do país, os profissionais vão realizar marchas e vigílias em alguns hospitais durante esta semana com vista a pressionar a entidade patronal a satisfazer as reivindicações da classe.
Também ontem, a ministra Sílvia Lutucuta avisou, em conferência de imprensa, que a instituição vai aplicar faltas se os grevistas não voltarem ao trabalho.
“O médico que não for trabalhar tem falta”, advertiu.
Desde o dia 6 de Dezembro, o Sindicato Nacional dos Médicos Angolanos (SINMEA) lidera a greve que pretende levar o Governo a responder às reclamações que contam do caderno reivindicativo entregue à tutela, na qual constam a melhoria salarial, a segurança dos profissionais da classe, a melhoria do sistema de saúde, a melhoria da assistência primária, a humanização dos serviços, a recolocação do médico e presidente da organização, Adriano Manuel, entre outros pontos.