A diamantífera estatal angolana, Endiama, registou uma perda de produção de dois milhões de quilates em 2020, devido aos efeitos económicos da pandemia da Covid-19 que assola o mundo desde Dezembro de 2019, anunciou o presidente do Conselho de Administração em vésperas no 40º aniversário da companhia, que hoje se assinala.
Ganga Júnior afirmou, citado pela Angop no programa “Grande Entrevista”, da TPA, que as perdas representam 400 milhões de dólares, o que levou a entradas de apenas mil.
O gestor declarou que, naquele período, “só não se registaram perdas porque a indústria trabalha cada vez mais com a dinâmica de retoma desde 2020”, graças à estratégia adoptada de diminuir o pessoal em razão das restrições impostas pelas medidas de contenção da Covid-19, sem paralisar a produção.
Grande parte do investimento no sector diamantífero angolano, segundo o líder da Endiama, é de origem estrangeira, mas, avançou, o país pode tornar-se no terceiro maior produtor de diamantes do mundo, a julgar pela dinâmica existente, bem como às potencialidades em províncias como Malanje e Uíge, além de várias outras.
Catoca continua a ser o projecto mais emblemático e rentável, tendo em conta que produz 80 por cento dos diamantes extraídos no país, mercê da organização, estrutura e meios técnicos disponíveis naquela empresa. Actualmente, existem 260 cooperativas de exploração artesanal de diamantes, contra as 750 que operavam em 2017, além de que o garimpo, a exploração ilegal, tende a desaparecer, podendo ser extinto em dois anos.
A Endiama estabeleceu-se em 1981 como operadora e concessionária nacional do sector diamantífero, até que, no ano passado, o Decreto Presidencial 143/20, instituiu um novo modelo de organização do sector mineiro com a criação da Agência Nacional de Recursos Minerais (ANRM), que detém agora a função de concessionária.