A Blue Carbon, uma empresa sediada no Dubai, assinou um memorando de entendimento com o Zimbabwe para gerar créditos de carbono a partir de cerca de um quinto da área terrestre de 150.000 milhas quadradas do país africano.
O acordo planeado, que o presidente da Blue Carbon, Sheikh Ahmed Dalmook Al Maktoum, disse que pode trazer 1,5 mil milhões de dólares em financiamento climático para o país, foi anunciado na sexta-feira em Harare, capital do Zimbabwe.
Esta é a maior concessão de terras que um país africano concedeu a uma entidade estrangeira até à data. Recordamos que um dos grandes conflitos que o governo do falecido presidente Mugabe teve com a comunidade internacional estava ligado à propriedade da terra, que segundo Mugabe pertencia aos agricultores zimbabuanos, e que tinha sido usurpada pelos colonos.
O acordo, baseado na protecção e reabilitação florestal, é a mais recente incursão da Blue Carbon em África. A empresa já está trabalhando para produzir compensações em 10% das terras da Libéria.
É também um impulso para o governo do Zimbabwe, depois de ter perturbado o mercado global de créditos de carbono de 2 mil milhões de dólares em Maio, ao desmantelar projectos existentes da noite para o dia e declarar que iria exigir 50% de todas as receitas. Isso gerou preocupação entre os promotores do projeto de que outras nações seguiriam o exemplo.
Desde então, o Zimbabwe suavizou as regulamentações e passará agora a ter uma participação de 30%.
Um único crédito de carbono equivale a uma tonelada de dióxido de carbono ou equivalente, removido da atmosfera ou impedido de entrar nela. As compensações são compradas pelos emissores dos gases que provocam o aquecimento climático para compensar as suas atividades.
O Zimbabwe tem laços estreitos com os Emirados Árabes Unidos, que é o maior destino das exportações do país africano, segundo dados compilados pela Bloomberg.