A segunda etapa do périplo africano do Presidente francês Emmanuel Macron é Luanda. O chefe de Estado francês chegou esta quinta-feira, 2 de Março, à capital angolana, para uma visita a convite do Chefe de Estado, João Lourenço.
A visita do Presidente francês a Angola estava inicialmente prevista para Maio de 2020, durante o primeiro mandato de Emmanuel Macron, com a estratégia de conhecer novos parceiros no continente africano. Mas, entretanto, a covid 19 adiou várias vezes a visita e acaba por acontecer neste périplo na África Central. Uma visita que tem no topo da agenda o sector agrícola e agro-alimentar.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, está desde quarta-feira num périplo na África Central, que o leva a quatro países: Gabão, Angola, República do Congo e República Democrática do Congo.
No Gabão, Emmanuel Macron defendeu-se de qualquer intenção “política” e garantiu que o único objectivo da sua visita ao Gabão foi a cimeira sobre as florestas da bacia do Congo, o primeiro pulmão do planeta, que segundo o Eliseu está ameaçado pela sobre exploração agrícola.
Em Luanda, o chefe de Estado vai assinar uma parceria para desenvolver o sector agrícola em Angola, neste que é um dos principais países petrolíferos africano, mas onde a insegurança alimentar continua a ser uma ameaça.
O encontro entre os Presidentes angolano e francês vai ter lugar, na manhã de sexta-feira, no Palácio Presidencial. Juntos vão tentar identificar as necessidades do sector privado para desenvolver novas parcerias e projectos entre os dois países.
O Fórum económico, que de corre no Museu da Moeda, vai servir para a assinatura de acordos entre ambos países em diversos sectores, contando com a presença de empresários angolanos e franceses.
As trocas comerciais entre Angola e França representam um investimento francês no valor de dois mil milhões de dólares em 2022, o maior registo nos últimos cinco anos.
João Lourenço e Emmanuel Macron devem, ainda, abordar a situação no leste da RDC. Luanda é um dos mediadores do conflito e a França também tentou mediar as relações entre congoleses e ruandeses, em Setembro passado, em Nova Iorque. O Presidente angolano declarou, no entanto, à RFI que os contactos com a rebelião foram iniciados a 28 de Fevereiro: “sem resultado nesta fase”, reconheceu o Presidente angolano.
Por Lígia Anjos