Forças de segurança dispersaram com violência manifestações em massa contra o golpe militar neste domingo. Pelo menos 38 pessoas morreram.
A emissária das Nações Unidas para Mianmar, Christine Schraner Burgener, condenou o “contínuo banho de sangue” no país asiático, onde pelo menos 38 manifestantes foram mortos neste domingo (14/03) em um dos dias mais violentos desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro.
“A comunidade internacional, incluindo os atores regionais, deve se unir em solidariedade com o povo birmanês e suas aspirações democráticas”, afirmou Schraner Burgener em um comunicado divulgado hoje.
A emissária da ONU disse que o exército birmanês está desafiando os apelos internacionais por moderação e que seus contatos dentro do país vem fornecendo “relatos dolorosos de assassinatos e maus-tratos a manifestantes, bem como de tortura de prisioneiros”.
“A brutalidade contínua, inclusive contra os profissionais da saúde, e a destruição da infraestrutura pública mina seriamente qualquer perspectiva de paz e estabilidade”, continuou.
Ainda neste domingo, a junta militar de Mianmar impôs a lei marcial na noite em dois municípios densamente povoados em Yangon.
Mais de 80 pessoas foram mortas em protestos contra o golpe desde que os militares derrubaram a líder civil Aung San Suu Kyi. A junta militar justificou a tomada de poder alegando fraude nas eleições de novembro, embora elas tenham sido validadas por observadores internacionais. No pleito, o partido Liga Nacional para a Democracia, de Suu Kyi, venceu com ampla vantagem.
A junta militar tem cortado o acesso à Internet todas as noites durante semanas, como parte de uma repressão contra a população, que lançou um movimento de desobediência civil contra os militares.
Os manifestantes exigem que o exército permita o retorno à democracia e reconheça os resultados das eleições de Novembro.