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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Emigração em direcção à Namíbia aumentou e está a causar mortes

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FONTE:DW

A UNITA denuncia mortes e assassinatos na fronteira angolana com a Namíbia quando cidadãos tentam emigrar para o país vizinho. Oposição no Cuando Cubango pede intervenção urgente para ajudar famílias em situação de fome.

Sem condições mínimas de sobrevivência, cidadãos angolanos arriscam a travessia até à Namíbia. Segundo os dirigentes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), começaram agora a surgir os primeiros casos conhecidos de mortes de migrantes por afogamento e até mesmo por homicídio.

“Do lado da Namíbia, as fronteiras estão abertas, mas, infelizmente, no nosso país, o Governo não autorizou”, diz o secretário municipal da UNITA no Cuangar, Adriano Kayongo.

“Na procura da sobrevivência, as pessoas têm arriscado em violar as fronteiras. Já há mais de quatro mortes, a situação é bastante caótica nas comunidades e temos aldeias despovoadas por conta da fome e por causa da falta de condições básicas”, acrescenta.

Em declarações à DW, o dirigente da UNITA culpa o Governo angolano que, na sua opinião, não apresenta políticas públicas para atender às necessidades básicas da população.

 - portal de angola
Adriano Kayongo secretário municipal da UNITA no Cuangar<br >DR

Migrações aumentam
Segundo o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) no Cuando Cubango, no primeiro trimestre de 2021, mais de 400 cidadãos angolanos emigraram para a Namíbia.

No mesmo período, as autoridades da Namíbia deportaram mais de 200 angolanos a partir dos postos do Catuituí, Calai e Cuangar.

De Janeiro a Novembro, mais de 30 cidadãos, entre crianças e adultos, perderam a vida por conta da fome, denuncia Constantino Tchicondico, secretário municipal da UNITA no Calai.

 - portal de angola
Mapa de Angola<br >DR

“Em quatro dias da semana passada, registámos três mortes. Há algumas pessoas em coma por causa da fome. As pessoas até hoje sustentam-se das frutas. Infelizmente não temos ONGs [para nos ajudar]”, lamenta.

Uma fonte do Serviço de Migração e Estrangeiros confirmou à DW África que o fluxo migratório em direcção à República da Namíbia está mais intenso e uma das preferências dos migrantes é a saída de Angola por via fluvial, o que tem provocado casos de afogamento.

A mesma fonte identifica como causas para a emigração a fome, a necessidade de assistência médica e a actividade comercial.

 - portal de angola
Seca no sul de Angola aumentou fome<br >DR

Uma fonte da administração do município do Cuangar, que não quis ser identificada, indicou, por sua vez, que a informação sobre a emigração ilegal não passa de especulação. Segundo a mesma fonte, os cidadãos angolanos entram de forma legal na Namíbia.

A DW contactou as administrações do Calai e Cuangar e o MPLA na província para saber mais sobre o assunto, mas não obteve resposta.

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