As autoridades sudanesas estão a investigar o alegado envolvimento da embaixadora da África do Sul no Sudão, Zabantu Ngcobo, e o marido, no assassínio de duas mulheres na capital sudanesa, disse, quarta-feira, fonte do Governo sul-africano.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros está ao corrente e a nossa Polícia está a investigar, em cooperação com a Polícia sudanesa. Infelizmente, não podemos adiantar mais nada até que as investigações sejam concluídas”, declarou ao canal público SABC o porta-voz ministerial Lunga Ngqengelele.
A investigação começou em Dezembro de 2019, quando a Polícia sudanesa encontrou os corpos de duas mulheres sudanesas na capital, Cartum – um deles “desmembrado” dentro de vários sacos de plástico nos arredores da cidade- e o outro envolto num lençol numa lixeira municipal, segundo o jornal sul-africano Daily Maverick, que avançou a notícia.
De acordo com o jornal, as duas mulheres foram mortas no apartamento de Zabantu Ngcobo, em Cartum, alegadamente pelo motorista da Embaixada sul-africana e um outro homem local.
O jornal adianta que a Polícia sudanesa prendeu os dois homens suspeitos pela autoria do crime, que alegaram terem sido contratados pelo marido da diplomata sul-africana para assassinar as duas mulheres, como “treino” para o de um outro diplomata, o adido de segurança da Embaixada da África do Sul em Cartum, por 50 mil dólares, por comunicar a Pretória “informações negativas” sobre Zabantu Ngcobo.
Os dois homens foram presos por agentes da Polícia sudanesa, antes de perpetrarem o crime contra o adido de segurança sul-africano, adianta o jornal.
A diplomata do Congresso Nacional Africano (ANC, na sigla em inglês), o partido no poder, que ocupava na altura o cargo de embaixadora interina na capital sudanesa, e o marido, foram levados para a África do Sul pelas autoridades sul-africanas, que exerceram o direito à imunidade diplomática contra prisão e julgamento no Sudão, prometendo cooperar na investigação das autoridades sudanesas, escreve o jornal sul-africano.
As autoridades sudanesas, refere a mesma fonte, mantêm actualmente detidos os dois suspeitos da autoria do assassínio das duas mulheres, aguardando uma resposta das congéneres sul-africanas.