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Quinta-feira, Novembro 21, 2024

Eleições no Níger marcam primeira transição democrática desde independência

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O Níger foi este Domingo às urnas para a segunda volta da eleição presidencial. O escrutínio de hoje devia criar as condições para a primeira transição democrática, desde que o país da África Ocidental, ex-colónia francesa, obteve a sua independência em 1960. A primeira volta da eleição, decorreu no dia 27 de Dezembro.

Tido como um dos países mais pobres do mundo, o Níger foi neste Domingo às urnas para eleger o sucessor de Mahamadou Issoufou, que decidiu renunciar à uma nova candidatura, após dois mandatos de cinco anos.

O escrutínio deste Domingo, deveria ser o primeiro marco de uma transição democrática no Níger, desde que o país oeste-africano tornou-se independente em 1960.

Os dois candidatos à sucessão de Issoufou, são Mohamed Bazoum de 61 anos, antigo braço direito do presidente cessante, e Mahamane Ousmane de 71 anos, primeiro chefe de Estado nigerino a ser eleito democraticamente em 1993, mas derrubado num golpe de Estado três anos depois.

Bazoum, que obteve 39,3% dos votos na primeira volta, é o grande favorito do escrutínio. Ousmane, com 17% dos sufrágios no primeiro escrutínio, beneficia do apoio de 12 pequenos partidos e de ex-candidatos. Em caso de vitória ele promete uma mudança, bem como lutar contra a corrupção.

Segundo os analistas, entre as prioridades do futuro presidente do país com 24 milhões de habitantes, estão o combate à pobreza, exacerbada pelos períodos de seca, e a emergência de duas rebeliões.

De acordo com o politólogo nigerino Elhadj Idi Abou, não obstante a diferença de votos registada na primeira volta, o escrutínio de Domingo é aberto. Idi Abou, considerou que tanto Mohamed Bazoum, como Mahamanoe Ousmane, podem ganhar a eleição.

Um total de 7,4 milhões de nigerinos estavam inscritos nas listas eleitorais. Segundo também Elhadj Idi Abou, espera-se uma forte participação dos eleitores no escrutínio.

Na primeira volta, 69,7% dos eleitores deslocaram-se às urnas.

Para além do relançamento da economia, consideravelmente afectada pela queda das exportações de urânio e a pandemia de Covid-19, o novo chefe de Estado do Níger, deverá neutralizar a rebelião jihadista no oeste do país, assim como pôr um termo aos ataques do movimento islamista nigeriano, Boko Haram, no sudoeste.

Uma das dificuldades da organização do escrutínio presidencial em todo o território nigerino, é a consequência dos ataques levados tanto por grupos jihadistas associados à rede Al Qaeda, como pelos islamistas do Boko Haram.

Várias delegações de observadores estrangeiros acompanharam o desenrolar do escrutínio, nomeadamente uma da Comunidade Económica da África Ocidental (CEDEAO).

A Comissão Eleitoral Independente (CENI) denunciou por intermédio de um comunicado “a circulação de falsos boletins de voto, em várias regiões do Níger.

Segundo o Partido Nigerino para a Democracia e o Socialismo ( PNDS ), de Mohamed Bazoum, todas as condições foram criadas para que o escrutínio de domingo decorra na normalidade.

As últimas informações apontam para a morte de sete membros locais da Comissão Eleitoral Nacional Independente, na região de Tillabéri, no oeste do Níger, próximo da fronteira com o Mali.

Segundo Tidjani Ibrahim Katiella, governador do distrito de Tillabéri, a morte das sete pessoas ocorreu, quando a viatura em que circulavam explodiu ao passar sobre uma mina anti-pessoal. Entre os mortos estão os presidentes das mesas de voto locais, assim como os seus assessores.

Desde que o Níger, ex-colónia francesa, obteve a sua independência em 1960, a vida política do país oeste-africano foi marcada por uma sucessão de golpes de Estado.

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