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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Eleições Gerais de 2022: País já tem os olhos e os ouvidos em modo “à espera dos resultados”

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A campanha eleitoral das eleições gerais de 24 de Agosto terminou com o “Galo Negro” a ocupar o palco quase todo depois do “M” ter optado por sair mais cedo do combate no terreno, fazendo o seu último grande comício eleitoral na sexta-feira, 72 horas antes do dia de reflexão.

O líder e candidato da UNITA a novo inquilino do Palácio da Cidade Alta, Adalberto Costa Júnior, tem o dia de hoje quase por sua conta no que diz respeito aos grandes momentos de encerramento de campanha, normalmente usados pelos concorrentes como demonstrações de força e de vitalidade.

O que pretendeu o MPLA de João Lourenço ao sair do “campo de batalha” eleitoral três dias antes do fecho da campanha, será para perceber depois, mas o que parece é que o anúncio do regresso do corpo do antigo Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, a Angola, pode ter apressado esta decisão de dar por concluída a festa da democracia para dar lugar ao tempo de recolhimento próprio de um “óbito” desta relevância.

Que impacto isso vai ter no desfecho desta disputa eleitoral, na contagem dos votos, é trabalho para analistas políticos, mas a aposta do MPLA é arriscada, até porque quem desafia procura sempre mais uma oportunidade para mostrar vigor e a recta final das campanhas eleitorais é vista pelos eleitores como o momento próprio para essa demonstração de força.

Na Filda, Cazenga, em Luanda, Costa Júnior vai poder, ao início da tarde desta segunda-feira, medir a sua força na capital do País, e esse exercício pode ser realizado contando cabeças nos cinco hectares, o equivalente a cinco campos de futebol, que tem o terreno escolhido para fechar a campanha do partido do “Galo Negro”.

Uma enchente, o equivalente a mais de 400 mil pessoas, que é a lotação máxima deste espaço, seria uma gigantesca demonstração de força de Adalberto Costa Júnior na capital do País, até porque o candidato da UNITA garante que não anda pelas redondezas a recolher pessoas em autocarros, mas se, do palco montado na Filda, conseguir ver espaços vazios entre a multidão, terá, por cada clareira, a medida da sua fragilidade.

E já sabe que o comício que fechou as grandes festas desta campanha do MPLA, na passada sexta-feira, no Camama, em Talatona, Luanda, contou com muitos milhares de pessoas. Fontes do partido anunciaram que foram perto de 600 mil, embora estes dados sejam praticamente impossível de confirmar…

Vai ou não Adalberto falar do assunto do momento, a chegada dos restos mortais de José Eduardo dos Santos, a Luanda? Vai ou não o líder do partido do “Galo Negro” elevar o tom dos ataques ao MPLA e aos seus governos de 47 anos quando João Lourenço mandou recolher o grosso das suas “tropas” do campo de batalha eleitoral para marcar o momento de recolhimento nacional quando decorre, no Miramar, o velório ao corpo de JES a 08 de Julho, em Espanha.

E a opção de João Lourenço, foi a melhor em termos eleitorais, deixando para o adversário todo o terreno da esgrima verbal no último dia de campanha? Ver-se-á, mas a verdade é que o líder o MPLA não deixou totalmente a acção no terreno, porque no Domingo agendou um encontro com a juventude e esta segunda-feira, tem um encontro com as mulheres da OMA.

Mas a festividade própria do último dia de campanha foi afastada pelo MPLA. O recolhimento a isso obriga… mas nada impede que João Lourenço opte por marcar o dia com as declarações que vai fazer no encontro com a OMA, previsto para meio da manhã de hoje.

Pode mesmo tentar condicionar o discurso de Adalberto Costa Júnior, previsto para o início da tarde, levando-o a uma resposta mais violenta, que poderá ser vista como imprópria para o momento em que decorre o óbito do homem que liderou o País de 1979 a 2017.

Para já, um primeiro sinal foi dado no Domingo pelo secretário provincial da UNITA em Luanda, Nelito Ekuikui, que criticou fortemente o Governo do MPLA pela forma inadequada com que o corpo de JES foi recebido em Luanda, pelo “aproveitamento político” e pela forma pouco digna sublinhada pela ausência de uma guarda de honra militar à chegada dos restos mortais doo antigo Chefe de Estado.

Ficar-se-á o “Galo Negro” por aqui quanto a este assunto que está a marcar pesadamente a fase final desta campanha?

Certo é que o País já está claramente em modo de espera dos resultados daquelas que a generalidade dos analistas apontam como as eleições mais disputadas de sempre.

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