Reagindo à entrada do antigo primeiro-ministro, Marcolino Moco, na campanha eleitoral declarando o seu apoio à UNITA, João Pinto, deputado do MPLA, disse, que ele é livre e responsável pelas suas opções individuais, e, por isso, cabe-lhe responder pelas consequências da sua deslealdade para com o partido pelo qual exerceu a função de primeiro-ministro de Angola.
O deputado do MPLA, em declarações ao Novo Jornal, disse que esta iniciativa de Marcolino Moco, que foi primeiro-ministro de 1992 a 1996, “é resultado de uma cultura de intelectuais incoerentes que mudam ao sabor da empatia do líder, ou ao sabor da oportunidade e não do programa e linha política”.
“Parece-me que era incontornável a incongruência das posições que foi assumindo ao longo dos tempos depois de ser o representante de Angola na CPLP”, acrescentou. Moco foi secretário-executivo da CPLP entre 1996 e 2000.
Na sua opinião, “desde 2012 que há (em Marcolino Moco) um conjunto de opiniões paradoxais de pendor quase ilógico para um jurista e antigo primeiro-ministro, apelando ao voto para a CASA-CE na altura de Abel Chivukuvuku e agora para a UNITA”.
“João Lourenço mostrou estar à altura de não subordinar-se aos interesses de grupos ou patrões que pensavam resgatar uma solidariedade mecânica ou regional, mas manteve firme a decisão de se guiar pelos princípios políticos do MPLA, do seu programa de Governo eleito em 2017- 2022 e pela Constituição e legalidade”, referiu.
Disse que a “ambiguidade dos textos (de Marcolino Moco) e opiniões levam a concluir que já tinha esta pretensão, esquecendo a lealdade e o sentido de Estado. E acabou por só o manifestar por ter havido coerência de João Lourenço ao exonera-lo da SONANGOL”.
Moco integrou a administração da petrolífera logo após a chegada de João Lourenço ao poder enquanto administrador não-executivo, tendo deixado o cargo em Fevereiro de 2021.
“O MPLA é maior que os interesses subterrâneos que alguns moralistas representam, pois João Lourenço mostrou estar à altura dos desafios da moralização e combate à corrupção aplicando a Constituição e a Lei”, concluiu.
Entretanto, nas redes sociais, o candidato da UNITA, Adalberto Cista Júnior diz que o apoio de Moco é bem vindo” e que conta com “todos que desejam a Democracia”.