Mais de 500 delegados de lista que prestaram serviço à CASA-CE na província do Moxico, durante as eleições gerais de 24 de Agosto, formalizaram sexta-feira (02), uma queixa-crime contra essa força política, por alegado incumprimento contratual.
A queixa-crime deu entrada na Procuradoria-Geral da República (PGR), tendo Ngueve Daniel, um dos assinantes do documento, revelado que a CASA-CE deve 35 mil kwanzas a cada delegado, conforme acordado no contrato de fiscalização do processo eleitoral na região.
Por seu turno, Alice Engrácia, outra suposta lesada, disse à ANGOP que para além desse valor, os delegados reclamam o pagamento dos subsídios de alimentação correspondente ao dia do voto.
O secretário executivo da CASA-CE no Moxico, Salomão Sapalo, confirmou a dívida com mil 254 delegados de lista em toda a província, mas negou a existência de contratos entre as partes e o pagamento de 35 mil kwanzas por cada delegado.
“Na altura da realização do cadastramento dos delegados alertamos que se tratava de um trabalho patriótico, e que daríamos um valor simbólico de agradecimento pelo esforço feito”, disse.
Considerando “bastante elevada” a verba exigida pelos delegados, ultrapassando os 43 milhões de kwanzas, o político afirmou que o assunto está a ser analisado pelas estruturas centrais da coligação.
Nas eleições gerais, a CASA-CE obteve apenas 0,76% (47 mil 446 votos), não conseguindo qualquer assento na Assembleia Nacional.