O MPLA é citado em meios competentes em Luanda, como tendo pressionado a Presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Jacinto Prazeres Monteiro Cardoso, militante do partido no poder que suspendeu a sua militância, para acelerar com o desfecho a volta do processo que pede anulação do XIII congresso da UNITA que em Novembro de 2019, elegeu Adalberto Costa Júnior como novo líder.
A sugestão transmitida pelo MPLA, segundo avança o portal de notícias Club K, é que o anuncio do “desfecho final” seja acelerado para coincidir com a data que a Frente Patriótica Unida, liderada pela UNITA, irá anunciar oficialmente o seu presidente.
De acordo com uma fonte daquele portal de notícias, o MPLA revela-se incomodado de ver a UNITA a concorrer as próximas eleições de 2022, coligada em forma de uma Frente Patriótica, uma vez que dificulta a campanha de “guerra e destruição do país”, que em períodos eleitorais, o partido no poder investe contra o seu principal adversário político.
Esta terça-feira, 05 de Outubro, a oposição vai anunciar oficialmente o nome de Adalberto Costa Júnior como Presidente da FPU, e de tarde o Tribunal Constitucional vai anunciar quem vai liderar a UNITA, disse a fonte do Club K, lembrando que no inicio de Agosto, o MPLA foi claro no seu comunicado quando avisou que a liderança de Adalberto Costa Júnior a frente da UNITA estava por um fio.
Quando no passado dia 23 de Agosto tomou posse como nova líder do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso referiu-se sobre ao processo que envolve a UNITA, sublinhando que o “Tribunal Constitucional deve posicionar-se acima das querelas político-partidárias, não estar ao serviço de interesses específicos de partidos políticos, sejam maioritários ou minoritários, e deve evitar qualquer intervenção abusiva na vida interna dos partidos políticos e de organizações afins.
Sob o número 887-A/2021, o processo que envolve o XIII congresso da UNITA, andou arquivado, mas com a saída de Manuel Miguel da Costa Aragão da presidência do Tribunal Constitucional que denunciou “suicídio do Estado democrático de direito”, o regime desencalhou e entregou imediatamente o dossier ao Venerando Juiz Conselheiro, Carlos Alberto Burity da Silva, para trabalhar nele como relator.
Carlos Alberto Burity da Silva, antigo comissário da Polícia Nacional, e os demais venerandos conhecidos por fazerem parte de um grupo de sete juízes que geralmente tomam decisões em conformidade aos interesses do MPLA, tem se apoiado num documento de acusação produzido aos 28 de Julho do corrente ano pelo Procurador Geral Adjunto da República, Celestino Paulo Benguela, que defende que “Adalberto Costa Júnior à data de apresentação da sua candidatura ao cargo de Presidente da UNITA era cidadão português”.
O processo contra o XIII congresso da UNITA que elegeu Adalberto Costa Júnior foi movido por antigos militantes que trocaram o “Galo Negro” pelo MPLA alegando que o maior partido da oposição nem sequer os dava dinheiro para táxi. Logo após a sua desvinculação a UNITA, foi-lhes posto a disposição o escritório de advogados BMF para impugnar o congresso que elegeu Adalberto Costa Júnior a pretexto de que quando disputou a corrida eleitoral era detentor da nacionalidade portuguesa e que prejudicou o candidato que apoiavam.
As reservas que o MPLA transmite contra a Frente Patriótica, estão a ser acompanhadas pela programação de textos nas redes sociais denegrindo os protagonistas desta coligação a quem o partido no poder acusa de não terem programa para o país.