Faltam pouco menos de cinco meses para as eleições gerais em Angola e o fantasma que surge e surgiu nos pleitos anteriores é o das suspeitas e fraudes, e estas eleições de 2022 não fogem à regra.
Vão surgindo suspeitas aqui e acolá sobre a transparência, justiça e liberdade das mesmas. Afinal porque razão há sempre suspeições nas eleições em Angola?
Hitler Samussuko é cientista político e não tem dúvidas em fazer esta afirmação: “As eleições em Angola são as mais injustas do mundo”.
O também integrante do conhecido grupo dos 15 mais duas diz que “as eleições em Angola são conduzidas pela Casa Militar do residente da República que manieta a Comissão Nacional Eleitoral”.
“Depois temos a INDRA responsável pelo sistema informático das eleições e que os seus gestores recebem ordens da casa militar e ainda temos a comunicação social totalmente favorável a um dos concorrentes o MPLA, são eleições injustas”, acrescentou Samussuko.
A INDRA já rejeitou peremptoriamente estar envolvida em qualquer acção ilegal em Angola e reafirmou que se conduz de forma independente e profissional.
Outro especialista, o pesquisador Nuno Álvaro Dala entende que o objectivo de manutenção do poder por parte do MPLA subjuga tudo o resto.
“Para o MPLA vale tudo, para garantir que o poder esteja nas suas mãos então tudo o resto como leis, regras, ética são atropelados”, disse.
O também integrante do grupo dos 15 mais duas acusados de tentativa de derrube do então presidente da república afirma haver cumplicidade de alguma sociedade civil, de alguns partidos na oposição e da própria comunidade internacional.
“Angola interessa apenas à comunidade internacional, para além da localização estratégica, a quantidade colossal de recursos naturais, esta dita comunidade internacional se tiver que optar entre a democracia e os seus negócios, a escolha
é óbvia, os seus interesses no país”, disse
Walter Ferreira coordenador do projecto “A caminho das eleições disse que o povo angolano deve envolver-se nas eleições e participar no voto como um dos garantes da lisura das eleições.
o especialista Heitor Simões disse por seu turno que “sempre que o ganho corrompido superar os elementos de penalidade, como processos de ser julgado, condenado etc. vai haver fraude”.
“Se eu estiver no poder controlo as instituições, tenho a chave do cofre, eu organizo as eleições é óbvio que as suspeições partem daí, eu sou árbitro e jogador em simultâneo”, acrescentou afirmando ainda que ninguém controla o processo eleitoral com o risco de as perder.
“Como é que vou organizar eleições com risco de eu as perder, isto não existe, veja que temos uma CNE cuja constituição é ainda do tempo da guerra com partidos políticos, já não devia ser assim, a CNE deve ter elementos neutros, só isso já cria suspeições”, disse.