O processo de registo eleitoral oficioso, no quadro da preparação das eleições gerais de 2022, arrancou esta quinta-feira, com a inauguração em Cacuaco, Luanda, de um balcão de registo e actualização de dados dos cidadãos maiores.
Em cerimónia orientada pelo ministro da Administração do Território, Marcy Lopes, foram entregues os dois primeiros cartões de munícipes, documento que atesta a residência.
De acordo com dados oficiais, pelo país iniciaram actividades de registo e actualização dos cidadãos maiores 84 BUAP, dos 596 previstos até Novembro deste ano.
Na presença do presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Manuel Pereira da Silva, e de representantes de partido e coligações de partido político, o ministro disse pretender-se assegurar que todo o cidadão com capacidade eleitoral se registe e actualize os seus dados.
Reafirmou que o registo na diáspora decorrerá de Janeiro a Março do próximo ano nas missões diplomáticas e consulares.
De igual modo, falou da necessidade de campanhas cívicas de sensibilização de proximidade para que o processo seja o mais inclusive possível e reflicta o universo real de eleitores.
Por este motivo, Marcy Lopes afirmou que será massificada a emissão do Bilhete de Identidade (BI) que substituirá o cartão de eleitor.
Adiantou que o registo presencial só será efectuado onde não haja condições para emissão do Bilhete de Identidade (BI).
O processo deve, segundo o director nacional do Registo Eleitoral Oficioso, Fernando Paixão, actualizar os dados de cerca de12 mil e 530 potenciais eleitores no país e na diáspora.
O responsável referiu que o cartão de munícipe desobriga a apresentação de atestado de residência.
Na ocasião, Manuel Fernandes, presidente da CASA-CE, diz ter garantido a fiscalização do processo, lamentando a falta de apoio do Estado para tal.
Acredita estarem lançadas as pedras para eleições democráticas e justas em 2022.
Por sua vez, o secretário do MPLA para assuntos Políticos e Eleitorais, Mário Pinto de Andrade, felicita o cumprimento dos prazos para o registo e a organização logística e informática para actualização dos dados dos potenciais eleitores.
Que os cidadãos angolanos se registem para participar na vida política, exortou Mário Pinto.
Pelo PRD, o secretário-geral em exercício, Manuel Muito, considera pouco o número de BUAP para que se evite deslocalização de eleitores por erro de registo.
Já Jovette de Sousa, membro do Bureau Político da FNLA, prometeu mobilizar militantes para adesão ao processo.
Na mesma ocasião, o secretário-geral da Aliança Patriótica Nacional (APN), Aires Mateus, disse ter iniciado já a campanha de sensibilização para que vença a democracia.
O director para as Tecnologias da UNITA, João de Deus, disse esperar que o processo decorra sem vícios e que a emissão de cartões demore menos que 15 minutos.
João de Deus quer que os BUAP estejam em todas as áreas para que todos os cidadãos maiores tenham fácil acesso.
O titular do primeiro cartão de munícipe, Domingos Francisco, considera ser sinal de amadurecimento da democracia e de progresso em Angola.
O Jurista e analista político Esteves Hilário acredita num processo tranquilo e no amadurecimento político que levará a adesão generalizada.
O registo eleitoral oficioso de cidadãos maiores, que hoje teve início, irá decorrer até Março de 2022, enquanto a actualização presencial para fins de registo no exterior está prevista para Janeiro de 2022.