Presidente do PAIGC não pôde viajar para Portugal por “ordens superiores”
O presidente do Partido do Africano para a Independência da Guine e Cabo Verde (PAIGC) foi impedido de sair de Bissau nesta sexta-feira, 23, com destino a Portugal, onde tem residência, por agentes de segurança afectos ao Ministério do Interior por “ordens superiores”.
Domingos Simões Pereira da Silva confirmou a notícia à VOA, num breve contacto.
Entretanto, aos jornalistas no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, o antigo primeiro-ministro disse que a medida “é absolutamente ilegal” e revela “a cobardia das pessoas que o fazem”.
Simões Pereira acrescentou que “são tão cobardes, que ficam nos seus espaços fingindo que estão ocupados com os seus dossiês tão importantes, dão ordens que não têm qualquer fundamentação legal e jurídica e o departamento da migração comunica que são ordens superiores que me impedem de viajar”.
E desafiou: “Pelo menos que me enfrentem e digam, nós estamos a restringir a tua liberdade porque temos força para o fazer e porque o decidimos fazer”.
O presidente do PAIGC garantiu que “vamos ser livres, se tivermos coragem de ser livres”.
“A mim ninguém me dá ordens que não correspondem à lei, porque isto é absolutamente arbitrário”, concluiu o antigo primeiro-ministro.
Na sua página no Facebook, o PAIGC escreve que “ao impedir, sem uma única linha dentro da legalidade, a sua saída do país, o autoritarismo vigente rompe com toda e qualquer possibilidade de ser visto dentro ou fora do país como algo diferente de uma ditadura”.
Para aquele partido político, na oposição, “o regime político segue a praticar arbitrariedades e a ferir os direitos políticos e civis do presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira”.
O Ministério do Interior ainda não se pronunciou, nem respondeu a pedidos da VOA para tal.