As autoridades das cidades de La Paz e El Alto vão marcar com letreiros as casas dos doentes de COVID-19 que não quiserem se isolar, devido aos casos numerosos de descumprimento da quarentena, anunciou nesta terça-feira (2) um ministro boliviano.
“Vamos colocar um letreiro na casa das pessoas que estiverem com o coronavírus e não quiserem se isolar, dizendo: aqui tem COVID-19!”, disse o ministro de Obras Públicas, Iván Arias, após os casos reiterados de pessoas que caminham pelas ruas sem máscaras, nem protecção, apesar de estar contagiadas.
A última ocorrência notória foi a de três doentes com COVID-19, um casal e a filha menor de idade, que embarcaram em um voo doméstico subvencionado de Beni (nordeste) a La Paz (oeste), após passar por todos os controles e assinar uma declaração de que não tinham o vírus.
Como consequência da viagem, toda a família está internada em um hospital público e a tripulação da aeronave da companhia aérea boliviana BoA foi colocada em quarentena preventiva.
A iniciativa de Arias foi aprovada pelo Comité de Operações de Emergência Departamental, integrada por instituições e autoridades regionais de La Paz e da vizinha El Alto.
Arias contou que uma mulher que fugiu de um controle de rotina e foi de bicicleta para casa em El Alto testou positivo. Um familiar que mora na mesma casa também testou positivo.
“Vamos colocar um lacre com os dizeres ‘COVID-19’ na casa das pessoas que a partir de hoje, sabendo que têm COVID-19, não queiram ir voluntariamente a um centro de isolamento ou respeitar o isolamento em casa”, disse Arias.
“Não podemos mais suportar que gente irresponsável ponha em risco a vida da população”, acrescentou o ministro.
O departamento (estado) de La Paz, que inclui El Alto, registou até agora 555 casos positivos de COVID-19. Em todo o país foram reportados 10.531 casos, quase 70% na região de Santa Cruz.
La Paz é uma das regiões onde vigora desde esta segunda-feira uma quarentena flexível, embora ainda estejam suspensas as aulas nas escolas e universidades.
O funcionamento de restaurantes e a realização de shows culturais e eventos desportivos estão proibidos.