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Sábado, Novembro 23, 2024

Doentes angolanos evacuados para Portugal pedem ajuda a João Lourenço

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A organização Vozes de Angola na Europa escreveu uma carta ao Presidente angolano na qual revela a morte de cinco cidadãos em menos de quatro meses devido ao que classifica de “condições deploráveis” em que se encontram os evacuados em Portugal depois de terem sido desvinculados do apoio do Executivo.

No início do ano, o Governo de Angola pôs fim à cobertura da Junta Médica do país a mais de uma centena de cidadãos evacuados para Portugal, em virtude de ter detectado “muitos abusos”, como justificou na altura.

O Executivo deu um ultimato a vários evacuados para regressarem ao país ou ficariam sem a cobertura necessária.

A 8 de Março, cerca de três dezenas dos doentes que estavam em Portugal regressaram a Angola, enquanto outros 47 devem fazê-lo até ao final do ano.

Alguns disseram que não podiam regressar por não haver condições em Angola para continuarem o tratamento.

Agora, a Associação Voz de Angola na Europa alerta que vários cidadãos angolanos estão à beira da morte por falta de apoio das autoridades angolanas.

Associação diz que cinco doentes morreram recentemente devido ao abandono a que votaram votados pelo Governo angolano. Familiares e doentes temem o pior.

Cinco dos 15 doentes que a associação diz acompanhar já faleceram e para evitar que os demais tenham o mesmo destino, a associação escreveu a João Lourenço a pedir que repense a sua política em relação aos evacuados para Portugal.

“Nós endereçamos uma carta aberta ao Presidente da república, João Lourenço, no sentido de se solidarizar-se com os doentes que foram abandonados pela junta médica, sector da saúde e pela embaixada angolana aqui em Portugal”, diz à VOA Edivaldo Imperial, porta-voz da organização.

Mande Joaquim Abreu, que sofre de insuficiência renal, conta à VOA, ter sido desvinculado do apoio do Governo por ter supostamente denunciado os maus-tratos que os doentes eram submetidos.

“Porque eu andei a dar entrevistas aos órgãos de comunicação social a denunciar as injustiças e maus tratos que a gente sofria no centro onde estávamos”, afirma.

Abreu explica que os doentes não querem voltar a Angola, não por estarem a fazer turismo na Europa, mas porque entendem que os hospitais angolanos não têm resposta para o seu estado de saúde.

“Apelamos ao nosso Presidente, como chefe do Executivo que possa rever a situação porque, por conta disto, cinco angolanos já morreram e nós não queremos que isso aconteça connosco. Nós não vamos a Angola porque estamos na Europa a fazer turismo, mas porque o país não tem condições para nos atender”, defende Abreu.

A VOA tentou sem sucesso contactar o secretário para os Assuntos de Comunicação Institucional e de Imprensa do Presidente da República.

Refira-se que em Março, doentes evacuados manifestaram-se junto à Embaixada de Angola em Lisboa a pedir ajuda.

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