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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Dívidas Ocultas: Defesa pede absolvição de arguidos

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Em dia de alegações finais, os advogados de defesa dos 19 arguidos pediram a liberdade dos seus constituintes, considerando que nada do que são acusados foi provado

Por outro lado, a defesa considera que muitas dúvidas ficaram ao longo dos quase sete meses das audiências de discussão e julgamento, uma das quais, tem a ver com os valores, efectivamente em jogo.

Foi com discursos ao ataque à estratégia acusatória do Ministério Público (MP) que os quatro advogados de defesa de parte dos arguidos indiciados no calote, centraram as suas alegações finais.

Alice Mabota, uma das causídicas da defesa, considera que os seis meses do julgamento trouxeram mais dúvidas do que certeza.

“Muitas questões ficaram no ar, sem que se descortinasse, nitidamente, o que aconteceu, para além de que, a primeira confusão que a defesa encara, é se estamos a julgar a dívida de quanto, como foram os desembolsos, onde foram e para quem foram e, finalmente, que destino os tais valores tiveram, ou se estamos a julgar pela sua ilegalidade” avaliou a advogada.

Por outro lado, considera que nada foi provado contra o seu constituinte, Khessauje Pulchand, um antigo funcionário de uma casa, e pediu a absolvição.

Abdul Gani, advogado de Gregório Leão, antigo director geral da secreta moçambicana (SISE), foi mais longe, salientando que se tratou de um julgamento para satisfazer guerras de poder.

“Se nós somarmos os valores de que eles são acusados, são 70 milhões de dólares, o que representa três por cento do total da dívida e o resto”, questionou numa abordagem ao MP.

“Não conseguiu as pistas do resto, ou escondeu, não esteve interessado ou procurou prender estas pessoas, que directa ou indirectamente estiveram ligadas ao anterior regime” disse Gani, reeditando a tese de conspiração política no processo.

Nesta terça-feira continuam as alegações finais da defesa, devendo se saber a seguir, a data da sentença.

Recorde-se que o Ministério Público pediu pena máxima, o que equivale a 18 anos de prisão efectiva, a metade dos arguidos e próxima do máximo a outros tantos.

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