A dívida de mais de seis mil milhões de kwanzas dos clientes particulares e colectivos da Empresa Nacional de Distribuição de Electricidade (ENDE), na Huíla, está a condicionar a execução de projectos de expansão da rede e a melhoria da qualidade dos serviços prestados aos clientes.
Este cenário foi apresentado, no Lubango, província da Huíla, pelo director provincial da empresa Lauro Pinto Fortunato, durante o encontro de concertação entre a Procuradoria Geral da República (PGR), Polícia Nacional, administrações municipais e de bairro e os líderes comunitários, que discutiu sobre a prevenção e redução do índice de roubo de equipamentos eléctricos.
Lauro Pinto Fortunato informou que o maior montante em dívidas é de clientes particulares, que acumulam cerca de 5,3 mil milhões de kwanzas, seguidos pelas empresas privadas, com 385,4 milhões, ao passo que o valor das instituições públicas ronda os 299,8 milhões de kwanzas.
Destacou que em termos geográficos, o bairro da Mitcha tem o maior valor, com 335,2 milhões de kwanzas, seguido pelo Nambambe, com 234,2 milhões, enquanto as zonas do Tchioco e Mapunda acumulam 180,7 e 180,4 milhões de kwanzas, respectivamente.
Furtos de equipamentos
O director provincial da ENDE, lamentou, além de dívidas, sobre os constantes furtos de equipamentos em 2020, os quais provocaram também prejuízos financeiros à em-presa, cujos valores estão estimados acima dos 500 milhões de kwanzas.
Lauro Pinto Fortunato denunciou ainda a vandalização de infra-estruturas e equipamentos da empresa, como roubo de fusíveis, cabos eléctricos, armários de distribuição de energia, contadores de pré-pagamento e o consumo ilegal, através de ligações clandestinas.
Visão da RNT
Por sua vez, o director Regional Sul da Rede Nacional de Transporte (RNT), Júlio Job, informou, no referido encontro, que os actos de vandalismo e de furtos afectam toda a cadeia desde a produção, transporte e distribuição de energia eléctrica na Huíla, pois até torres de alta tensão, no percurso Matala/Lubango, sofrem enormes prejuízos com a acção dos malfeitores.
“Os cidadãos retiram ferros dos postes de alta tensão para fazer portas, janelas, o que periga a estabilidade das torres. A Empresa Pública de Produção de Electricidade (PRODEL) também vive o mesmo problema, inclusive já foram furtados os lubrificantes para o funcionamento das centrais”, denunciou o gestor da RNT na Região Sul.