Se de um lado foi observado que em dois anos os dezassete membros que fazem parte do topo da hierarquia da FAF levaram para casa 348 milhões Kz, do outro, constatámos que, no mesmo período, os sessenta e quatro funcionários efectivos apenas receberam 312 milhões Kz a título de salário.
Nos primeiros dois anos que Artur de Almeida e Silva esteve à frente da Federação Angolana de Futebol (FAF), entre 2017 e 2018, os dezassete membros do “núcleo duro” do órgão-reitor do futebol nacional receberam, em forma de avenças e prémios, 348 milhões de kwanzas, qualquer coisa como 1,6 milhões de dólares, à taxa de câmbio média dos períodos.
Os dados, entretanto, não estão descriminados nos relatórios e contas citados, já que na nota sobre “Custos com pessoal” a remuneração dos membros dos órgãos sociais da FAF não está especificada, como, aliás, se pode verificar no documento estampado no canto superior direito.
Na verdade, os prémios e avenças dos membros da direcção da federação estão ‘escondidos’ na nota “Outros custos e perdas operacionais”, que durante dois anos totalizaram 348 milhões de kwanzas, explicou uma fonte do Novo Jornal. Dados que, entretanto, foram confirmados pelo director financeiro da instituição, Distino Dombele.
“As avenças e prémios dos membros da direcção da FAF estão fixadas nos honorários e avenças dos relatórios e contas”, revelou o director financeiro.
Deste modo, só em 2017, os dezassete membros da direcção da FAF levaram para casa 187,4 milhões Kz como prémios e avenças, enquanto, no ano seguinte, em 2018, os referidos dirigentes encaixaram, no conjunto, 161 milhões Kz, que, recalculados, perfazem os já indicados 348 milhões Kz, correspondentes a 1,6 milhões de dólares.