Em português é conhecido como o Reco-Reco um instrumento de percussão feito de madeira, com entalhes transversais sobre os quais se esfrega uma vareta, produzindo um som rítmico.
Na verdade o verdadeiro nome deste instrumento musical é Dikanza, bastante usado nas composições de músicas populares angolanas, podendo ser tocada nos estilos Semba, Kilapanga, Kazakuta, Rebita, Rumba, entre outros.
Agora há uma iniciativa destinada a divulgar e massificar o Dikanza, uma ideia lançada pelo músico e promtor cultura Jorge Mulumba.
O projecto “Tuxica Hó Dikanza”, destinado a massificação e divulgação da Dikanza, foi lançado, no passado 20 de Janeiro, em Luanda, em parceria com o Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos.
Enquadrado no programa das celebrações do Dia Nacional da Cultura, assinalado no passado dia 8, o “Tuxica Hó Dikanza” visa massificar e divulgar este instrumento musical milenar de origem bantu.
O projecto reserva à criação, em diferentes municípios de Luanda, de núcleos de ensino e aprendizagem para realização de debates e palestras sobre a importância dos instrumentos tradicionais na música angolana, contando, para o efeito, com o apoio do Museu Nacional de Antropologia.
Numa primeira fase, destina-se a alunos das diversas escolas do ensino primário e do 1º ciclo, mediante prévia autorização dos encarregados de educação.
O músico e promotor do projecto, Jorge Mulumba, disse existirem vários desafios pela frente, daí a aposta em recuperar a mística de um instrumento tradicional que é um símbolo da culturaangolana além fronteiras.
O director do Gabinete Provincial da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Manuel Gonçalves, realçou a importância do projecto, indicado como necessidade de se passar o testemunho do uso deste valioso e primordial instrumento da música angolana às novas gerações.
Destacam-se entre os exímios tocadores da Dikanza, Fontinhas (Ngola Ritmo), considerado o melhor de todos os tempos, Ressurreição (Gingas), Zé Fininho (Negoleiros do Ritmo), António Pascoal (Ana Zanga), Adolfo Coelho (Kiezos), Tulingas, Didi da Mãe Preta, Tonito, Tony do Fumo, Chico Coio, Augusto Chakaia, Pakito, Joãozinho Morgado, Bonga e, da nova geração, Mestre Capitão, Lolito, Yuri da Cunha e Fula.