Junta militar impõe lei marcial em algumas áreas da maior cidade do país um dia depois de ao menos 38 pessoas morrerem na repressão aos protestos. Domingo foi o dia mais sangrento de sempre na resistência contra o golpe.
Os militares no poder em Myanmar alargaram está segunda-feira (15.03) a lei marcial a mais quatro distritos de Rangum, depois de ao menos 38 manifestantes terem morrido num ataque das forças de segurança, no fim de semana.
Um hospital num subúrbio da cidade de Rangon atendeu 40 pessoas feridas no domingo, segundo a imprensa local.
A organização não-governamental Associação de Assistência aos Presos Políticos (AAPP) denunciou que mais de 125 pessoas já morreram durante a repressão das manifestações contra o golpe de Estado militar de 1 de Fevereiro.
Em outras cidades do país, como Bago, Mandalay e Hpakant, também foram registadas mortes no domingo devido aos tiros disparados pelas forças de segurança.
A AAPP disse que desde a revolta militar foram detidas mais de 2.150 pessoas, 319 das quais já foram libertadas.
A junta militar deteve a maioria do Governo eleito, incluindo a líder, Aung San Suu Kyi, e o Presidente, Win Myint, na manhã do golpe, além de cancelar a posse da legislatura marcada para o mesmo dia.
Os militares justificaram o golpe com uma alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, que o partido da líder deposta Aung San Suu Kyi venceu por grande margem e observadores internacionais consideraram legítimas.
Um tribunal não conseguiu realizar uma audiência virtual na segunda-feira com a líder Aung San Suu Kyi por causa de problemas na Internet. A sessão foi adiada para 24 de Março.