Facebook e media acusados de terem calado a possibilidade agora levantada por Biden
Numa mudança de posição o presidente dos Estados Unidos Joe Biden anunciou na semana passada que deu ordens para que os serviços de informações dos Estados Unidos apresentem um novo relatório sobre as origens do coronavírus que causou devastação humana e económica em redor do mundo.
O vírus teve origem em Wuhan na China e até agora, embora tenham permanecido incertezas, a versão oficial é que o vírus se propagou através de um contacto com animais infectados num mercado nessa cidade.
Mas anteriormente tinham já surgido sugestões de que na verdade o vírus poderia ter tido a sua origem num laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan onde as diversas estirpes do coronavírus têm estado a ser estudadas.
Pouco antes das eleições americanas a administração Trump disse ter prova de que foi aí onde o vírus surgiu mas isso foi rejeitado como uma teoria de conspiração que levou mesmo a rede social Facebook a excluir como propagação de noticias falsas comentários ou sugestões nesse sentido.
Há agora uma marcha atrás com esta decisão de Joe Biden. Isto depois do diário Wall Street Journal ter publicado informação que investigadores daquele instituto chinês tinham estado doentes em casa pouco antes da epidemia se alastrar.
Ben Domenech analista conservador do centro de estudos Federalist Society disse à cadeia de televisão FOX que quando a administração Trump mencionou ter indícios nesse sentido “isto foi tratado como uma teoria da conspiração”.
Domenech fez notar que o modo como Facebook tinha lidado com essa alegação demonstra “o poder perigoso das grandes companhias de tecnologia e a sua capacidade de fecharem discussões que deveriam acontecer”.
“Também infelizmente testemunhamos os meios de informação como sendo tão tendenciosos contra o antigo presidente que rejeitaram qualquer coisa que ele ou qualquer pessoa a ele ligada apresentassem como sendo uma teoria de conspiração”, disse o comentarista para quem esta questão “é algo sobre o qual devemos absolutamente estar a falar porque queremos impedir que este tipo de coisa volte a acontecer no futuro não importa o que seja necessário para alcançar isso, incluindo qualquer tipo de sanções ou medidas sobre o Partido Comunista Chinês”.
“Penso que isso deve estar na mesa sob consideração e temos que ser honestos sobre como é que estas coisas acontecem e não tentar esconde-las debaixo da carpete porque são inconvenientes para os nossos media e para o Partido Democrático”, acrescentou.
Mas Maggie Haberman correspondente em Washington do jornal New York Times rejeita as acusações de que os meio de informação não prestaram atenção as declarações da administração Trump por serem tendenciosos, recordando que quando Trump e o então secretário de Estado Mike Pompeo disseram visto provas de que o vírus tinha saído de um laboratório “recusaram-se a dar a conhecer a prova”.
“Isso transformou a questão imediatamente numa questão política”, disse a jornalistas para quem a administração era ela própria responsável pelas dúvidas porque “quando se faz danos à própria credibilidade vezes sem conta as pessoas não vão acreditar de imediato (no que d seduz) especialmente.
Penso que estamos num período diferente mas penso que é importante notar que isto está a ser reformulado de um modo que não é verdade sobre o que aconteceu por apoiantes de Trump”, acrescentou Haberman à cadeia de televisão CNN.
Mas o que é um facto é que agora crescem as dúvidas sobre a origem do coronavírus e se terá sido, como disseram Trump e Pompeo, devido a falta de cuidados no laboratório que o vírus escapou para o exterior de onde estava a ser estudado.
Os serviços de inteligência da Grã-Bretanha acreditam agora ser viável que a Covid-19 começou exactamente dessa forma.
O jornal britânico Sunday Times disse que houve uma re-avaliação por parte de serviços de inteligência de países ocidentais, incluindo da Grã-Bretanha que consideram agora ser viável essa opção.
O Senador Republican Tom Scott foi um dos que logo de início aventou essa possibilidade e foi na altura alvo de críticas por estar a ser parte de uma “teoria de conspiração”.
Mas ele diz agora que esta nova investigação se destina apenas a acabar a discussão.
Eu posso apostar o que vão encontrar nos próximos 90 dias: Provas inconclusivas porque a China tem estado a esconder as provas ou já destruiu muitas delas”, disse o Senador que defendeu a aplicação de medidas punitivas contra a China “pelo que fez aos estados Unidos e ao mundo”.
Na verdade essa já tinha sido a opinião dos serviços de inteligência, nomeadamente haver duas possibilidades: O vírus ou se propagou para seres humanos num mercado ou no instituto de virologia de Wuhan que não tomou as precauções adequadas.
E isso, não é nem será nada de novo se a previsão de Tom Scott se mostrar acertada.