A refinaria de petróleo de Dangote, na Nigéria, tem um stock de 500 milhões de litros de gasolina, disse o seu fundador, o bilionário Dangote, refutando as alegações de comerciantes que afirmam que precisavam de complementar o abastecimento de Dangote com importações para fazer face à escassez de combustível.
O presidente nigeriano, Bola Tinubu, convocou os reguladores petrolíferos, o responsável da empresa estatal NNPC, o ministro das Finanças e Aliko Dangote para uma reunião em Abuja, na terça-feira.
O objectivo era rever uma política que exigia que a NNPC vendesse petróleo bruto à refinaria de Dangote na moeda local, naira, num esforço para aliviar a pressão cambial e ajudar a mega-refinaria a garantir petróleo bruto suficiente para atingir a sua capacidade de 650.000 barris por dia.
Após a reunião, Dangote esclareceu que o seu negócio não envolve a venda de gasolina e que não deve ser responsabilizado pela escassez de combustível no principal país produtor de petróleo de África.
Disse ainda que manter combustível em tanques de armazenamento está a custar-lhe dinheiro.
“Espero que a NNPC e os comerciantes parem de importar. Deviam vir e recolher; temos tudo o que precisam”, disse Dangote.
Há duas semanas, os comerciantes locais de combustíveis começaram a aumentar as importações, alegando que a refinaria de Dangote não conseguia satisfazer a procura interna, agravando a escassez de combustível.
A Refinaria de Petróleo de Dangote, em Lagos, começou a processar gasolina em setembro, inicialmente com o objectivo de fornecer 25 milhões de litros por dia. O objectivo é aumentar gradualmente a produção para 35 milhões de litros por dia, o que Dangote acredita que será suficiente para satisfazer a procura local.
Contudo, numa conferência realizada em Lagos na segunda-feira, o regulador do sector disse que a procura diária de gasolina na Nigéria está entre 45 e 50 milhões de litros.
Numa declaração emitida por um porta-voz do governo, o Presidente Tinubu instou as partes interessadas a concentrarem-se no fornecimento de gasolina suficiente para o consumo local, a fim de reduzir a dependência das importações.
Anteriormente, a Dangote precisava de comprar petróleo bruto no mercado internacional, mas apresentou uma queixa dizendo que as principais empresas petrolíferas estavam a bloquear o seu acesso ao petróleo produzido localmente, vendendo-o acima do preço de mercado ou alegando que não estava disponível, forçando a refinaria a depender de importações dispendiosas.
Wale Edun, Ministro das Finanças e Ministro Coordenador da Economia, afirmou que o plano de venda de crude em naira se manterá em vigor e que o governo não intervirá na determinação da taxa de câmbio do sector petrolífero.
A Nigéria pretende acabar com a importação de produtos petrolíferos quando a Refinaria de Dangote atingir a sua capacidade operacional máxima.