A unidade prisional de Menongue, na província angolana do Cuando Cubango, registou 121 casos de infeção por Covid-19 em menos de uma semana. O surto terá iniciado pela contaminação de um recluso proveniente de Luanda.
O anúncio de um surto na cadeia de Menongue, no Cuando Cubango, foi feito pelo porta-voz da comissão provincial de combate à pandemia. Mirco Macai falava à imprensa esta terça-feira, (11.05), após uma reunião de emergência com o governador da província, Júlio Bessa, no sentido de conter o foco naquela unidade prisional do Cuando Cubango.
“Nos últimos cinco dias, registámos um pico de cerca de 121 novos casos, após uma testagem de rotina feita no dia 5 que resultou em 4 reclusos positivos e no serviço de busca epidemiológica de casos de contactos e detetamos este foco nos serviços penitenciários. O trabalho de testagem e vigilância continua. Poderemos esperar mais casos nos próximos dias. Até agora já fizemos testagem de cerca de 500 e tal reclusos naquele estabelecimento, onde conseguimos encontrar 121 positivos”, explicou.
De acordo com o porta-voz, o surto terá sido iniciado por um recluso proveniente de Luanda.
“Nós estivemos a fazer um estudo, e tudo indica que [seja] algum dos reclusos que está nesta cadeia, que tem uma passagem por Luanda e que violou a cerca sanitária até chegar à nossa província e o nosso município”.
Segundo Mirco Macai, no geral, a província do Cuando Cubango controla 301 casos notificados, destes 168 recuperados, 127 activos e a lamentar seis óbitos até então.
Unidade prisional sobrelotado
Segundo o porta-voz da comissão provincial, o bloco mais infectado da unidade prisional tinha cerca de 400 reclusos. Mirco Macai explica o que está a ser feito para conter a propagação da doença olhando para a superlotação daquela Unidade prisional.
“É um estabelecimento que está dividido em blocos. Estamos a fazer um trabalho segundo a regra de proteção aos que estão positivos para não poderem infetar os demais e achamos que até agora estamos bem neste sentido. Está acautelada toda a situação de biossegurança e vigilância para os positivos, os negativos e até mesmo o pessoal de serviço naquele estabelecimento”.
O também diretor do Gabinete Provincial da Saúde no Cuando Cubango mostrou-se preocupado pelo facto de a província ter problemas no estoque de material de biossegurança.
“A comissão mostrou-se preocupada porque estamos a gerir estoque de materiais de biossegurança e há necessidade de buscarmos novas formas de reforço desta matéria. Nós devemos salvaguardar sempre aqueles que estão na linha de frente a dar o seu melhor para poder proteger a vida dos demais”.
Aos cidadãos, o porta-voz, Mirco Macai apelou ao reforço das medidas e, juntos dos técnicos de saúde, a protegerem-se.
“É preciso que os cidadãos se consciencializem de que há aqueles que se arriscam para proteger os demais. Então, antes desta pessoa o fazer, esse cidadão deve também cumprir todas as medidas de proteção individual e coletiva para proteger também quem vai ao seu encontro”.