Em Portugal, o orçamento do Estado foi ontem chumbado na generalidade, com votos do PSD, Bloco de Esquerda, PCP, CDS-PP, PEV, Chega e Iniciativa Liberal, uma decisão que abre caminho para uma crise política que levará vários meses a ser resolvida.
O primeiro-ministro português, o socialista António Costa, falou ontem e disse que espera ter “maioria reforçada e duradoura” na próxima sessão legislativa.
“Confio, por isso, que esta vitória da direita seja uma vitória de pirro, e que à minha frustração e à frustração destes 2 milhões e 740 mil eleitores, se possa converter numa maioria reforçada, estável e duradoura, numa próxima sessão legislativa”, disse.
Por seu turno, Rui Rio, da oposição de direita, afirmou que a altura natalícia não permite que as eleições antecipadas sejam em Dezembro, mas espera que se possam realizar o mais rápido possível depois do Natal.
“Nós temos de ser rápidos. A rapidez tem aqui um problema e esse problema é a época do ano em que está a acontecer e isto é efectivamente uma limitação que não permite que as eleições sejam, por exemplo, ainda no mês de Dezembro. Acho isso muito difícil. A partir daí, tem se ser obviamente o mais rapidamente possível”, defendeu o Presidente do PSD.
António Costa já disse, porém, que mesmo com o orçamento chumbado, o seu Governo se manterá em funções mesmo em regime de duodécimos.
Apesar disso, o cenário mais provável é que o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa dissolva a Assembleia da República e marque eleições legislativas antecipadas, que têm de acontecer num prazo de 55 a 60 dias após a dissolução.