27 C
Loanda
Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Crise no Soyo: Empresários dizem que Governo não paga o que deve

PARTILHAR

Empresários na cidade angolana do Soyo acusam o Governo de não lhes pagar o que deve, ao mesmo tempo que a situação económica nessa zona se deteriora com cidadãos a manifestarem desespero face aos problemas que têm que enfrentar para sobreviver.

Os empresários dizem que responderam ao apelo do Executivo local para apoiar no combate à Covid 19, mas que a contrapartida do Estado tarda em chegar.

Fortunato Isaac, disse à VOA, que “os agentes económicos aqui choram com as dívidas do Estado que até agora não paga as suas hospedarias, hotéis que foram ocupados no quadro das quarentenas da Covid-19”.

“Alguns até decidiram avançar com processos em tribunal contra as administrações, pelos seus espaços ocupados e até hoje não pagaram” acrescentou.

Isaac disse ainda que a situação económica para o cidadão comum se está deteriorar.

“O dinheiro que dizem do programa Kwenda, nós aqui não vimos, também dizem que o preço da cesta básica baixou, tudo mentira, não baixou nada”, afirmou, acrescentando que “há total ausência do estado nesta transição da Covid-19, a situação aqui das populações vai agravando, o desemprego sempre em alta”.

Hamilton Lemos, outro habitante da vila disse que “a saúde aqui é débil, a situação sócio económica das pessoas está doente.

“O Soyo produz tanta riqueza, mas o seu povo não vê nada”, lamentou Lemos para quem os programas de prevenção da Covid são uma lástima.

No município com mais de 250 mil habitantes há um só posto de vacinação contra a Covid-19.

“As pessoas das outras comunas têm de madrugar para conseguir uma vacina e ainda sofrem, são assaltadas pelos marginais, na quinta-feira aconteceu no meu bairro”, contou.

Raúl Paulo, também residente no Soyo, afirmou que as coisas se agravaram desde que começou a pandemia, em Março do ano passado, alguns que sobreviviam antes das suas lavras, agora nem isso podem mais.

“As pessoas aqui ficam em jejum dias e dias por não terem uns 100 kwanzas para comer”, disse.

“Aqueles que viviam da agricultura nas suas lavras, o Executivo ocupou estas lavras para colocar os seus projectos, a população aqui ficou numa miséria extrema”, afirmou Paulo para quem “o Governo aqui só se ocupa em arranjar a cidade com jardins, etc., mas o povo não come jardim, o povo quer saúde, o povo precisa de emprego, pelo menos um mínimo para sobreviver”

A VOA tentou falar com a Administração do Soyo, mas sem sucesso.

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

Presidente da República vai formalizar demissão do Governo “nos primeiros dias de dezembro”

O Presidente da República confirmou esta terça-feira que vai formalizar a demissão do Governo "nos primeiros dias de dezembro",...

António Costa demite-se: “Obviamente”

O primeiro-ministro apresentou a demissão ao Presidente da República, que aceitou. A decisão surge na sequência das buscas efetuadas...

Governo angolano assegura pagamento do salário e dívidas até final do ano

O executivo angolano garantiu recentemente que até ao final do ano de 2023, não mais haverá problemas com os...

Aumento intercalar das pensões em 3,57% entra hoje em vigor

De acordo com a portaria publicada em Diário da República, para as pensões cujo montante seja igual ou superior...