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Sexta-feira, Novembro 22, 2024

Crise na Ucrânia: Rússia estende exercícios militares na Bielorrússia

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A Rússia estendeu neste domingo (20) os seus exercícios militares, na Bielorrússia, ao longo da fronteira norte da Ucrânia, após dois dias de bombardeamentos, no leste deste país, entre separatistas russos e forças ucranianas.

Os exercícios com as forças bielorrussas deveriam terminar no domingo.

No entanto, foram estendidos, numa demonstração de força do presidente russo, Vladimir Putin, ao longo da fronteira ucraniana, com a concentração de cerca de 150 mil soldados, acompanhados de exercícios navais, no Mar Negro, ao sul da Ucrânia.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse ao programa “State of the Union”, da CNN, que o aumento acentuado no envio de tropas russas, nas últimas semanas, os ataques cibernéticos ao Ministério da Defesa ucraniano e aos principais bancos, e agora a nova vaga de combates, no leste da Ucrânia, que matou dois soldados ucranianos, sinalizam que Moscovo “segue a sua cartilha” antes da guerra em larga escala.

“Tudo o que leva à invasão já está a acontecer”, disse Blinken.

Os separatistas no leste da Ucrânia alegaram que as forças de Kiev têm plano de um ataque , o que a Ucrânia nega.

Sanções

Na Conferência de Segurança de Munique, no fim de semana, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy questionou por que os Estados Unidos e seus aliados ocidentais, que prometeram impor sanções económicas rápidas e duras à Rússia se invadir a Ucrânia, ainda não o fizeram.

Blinken disse que com a imposição de sanções poderia ser perdida a dissuasão para impedir uma invasão, e se o Ocidente anunciasse sanções específicas, a Rússia iria programar uma resposta.

O principal diplomata dos EUA disse, no entanto, que “até que os tanques estejam se movendo” e os mísseis sejam lançados, os líderes ocidentais “tentarão fazer de tudo para reverter” a mente de Putin, para tirá-lo dessa direcção.

Questionado se Putin poderia estar a simular uma invasão com o seu reforço militar, Blinken disse: “Sempre há uma chance”.

Ainda assim, Blinken disse que se reuniria com seu homologo, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, na Europa, na quinta-feira, para mais negociações, desde que até lá Moscovo não tenha lançado uma invasão.

No programa “Face the Nation” da CBS News, o embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, disse: “Não [existem] tais planos” para uma invasão.

Ele disse que a Rússia tem “nosso direito legítimo de ter nossas tropas onde quisermos em território russo”.

Antonov disse que a Rússia retirou algumas tropas de perto da Ucrânia “e ninguém sequer nos disse ‘obrigado'”.

Diplomacia

O presidente dos EUA, Joe Biden, que disse, na sexta-feira, estar “convencido” de que Putin tem planos de invadir, se reunirá neste domingo (20) com seu Conselho de Segurança Nacional para discutir os últimos desenvolvimentos.

Os EUA e seus aliados da NATO temem que as forças russas na Bielorrússia possam ser mobilizadas num ataque ao sul na capital ucraniana de Kiev, enquanto dezenas de milhares de soldados podem invadir do leste e do sul.

Apesar de acreditarem que Putin está decidido a invadir, Biden e outros líderes ocidentais mantêm a esperança de uma solução diplomática para a crise.

Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, disse no domingo: “A grande questão permanece: “Quererá Kremlin dialogar?

“Uma coisa é certa: se houver mais agressão militar, reagiremos com sanções (económicas) maciças,” disse Michel.

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