A conclusão está no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), que vai ser aprovado esta terça-feira no Conselho Superior de Segurança Interna.
Os crimes participados à polícia aumentaram no ano passado, o que aconteceu pela primeira vez em quase uma década, desde 2011, avança a imprensa. Houve mais roubos na via pública, em comércios, mais raptos e sequestros, mais violações, mais agressões graves e mais “carjackings”.
A conclusão está no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), que vai ser aprovado esta terça-feira no Conselho Superior de Segurança Interna.
De acordo com o jornal “Correio da Manhã”, os crimes violentos e graves aumentaram 3% em 2019, em comparação com o ano anterior. Contas feitas, foram registados 14.398 crimes violentos, 40 por dia.
A criminalidade geral também subiu, tendo sido registados mais de 335 mil crimes, mais 0,7% (2.400) em comparação com 2018.
Depois de uma descida de 9,4% em 2018, os roubos na via pública foram os crimes que mais aumentaram em 2019, de acordo com o Relatório Anual de Segurança Interna. Foram quase seis mil casos: mais 627 em relação ao período homólogo, o equivalente a uma subida de 11,8%.
Os roubos em comércio subiram para 432 (mais 29,8%) e os de carjacking foram 126 (mais 20 casos, +18,9%).
“Os roubos em escolas também subiram: foram 32 (+23,1%). Os roubos, nas diferentes formas, somados atingem os 75,9% do total de crimes graves e violentos. Desciam desde 2009”, escreve o Correio da Manhã.
De acordo com o RASI, as agressões graves foram 661 (mais 82 casos, +14,2%) e no ano passado houve 338 raptos e sequestros (mais 65, +23,8%).
No que diz respeito às violações foram registadas 431 (+2,4%) – é o terceiro ano consecutivo de subida dos números deste crime em particular.
Os crimes de homicídio voluntário consumado desceram em 2019 para 89 (menos 21, -19,1%), ainda assim um valor mais elevado que 2016 (76) e 2017 (82), segundo o relatório.
O RASI destaca ainda o aumento da delinquência juvenil (cometida por jovens entre os 12 e os 16 anos). Há 1.568 registos (mais 86, +5,8%), invertendo o decréscimo de anos anteriores.
Quanto à violência doméstica, os dados indicam que subiu 11,4%, tendo sido registados 29.498 crimes na categoria (mais 3015, +11,4%).
Os crimes relacionados com moeda falsa também dispararam em 2019: 13.705 apreensões (+45%), num total de 1 milhão de euros (+68%).
Também a burla informática subiu, tendo sido denunciadas no ano passado 16.310 (mais 6.527, +66,7%). Houve 10.990 “outras burlas” (-4,7%).
O relatório destaca também um aumento nas agressões simples, tendo sido registadas no ano passado 23.279 (mais 455, +2%). Ameaça e coação também: 15.136 (+5,1%).
O RASI, citado pelo jornal, indica igualmente que Castelo Branco (+20,7%), Portalegre (+10,5%), Faro (+8,3%) e Aveiro (+5,9%) são os distritos a liderar a subida do crime geral.
É ainda destacado no relatório que PSP, GNR, PJ, SEF e Polícia Marítima terminaram 2019 com 44.642 elementos (45.522 em 2018). Saíram 1.284 polícias e apenas entraram 411.
O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) de 2019, documento no qual são publicadas as estatísticas da criminalidade e os resultados operacionais das polícias, deveria ter sido divulgado há três meses.
A Lei de Segurança Interna obriga que o RASI seja enviado ao parlamento até 31 de março, mas a declaração do estado de emergência no dia 18 desse mês, por causa da covid-19, levou a que o gabinete do primeiro-ministro pedisse a suspensão do prazo.
No início do ano o ministro da Administração Interna adiantou que os dados preliminares do RASI apontavam para uma nova descida da criminalidade violenta em 2019.
No RASI é feita uma análise e avaliação pelo Conselho Superior de Segurança Interna – que integra, entre outros, todas as forças e serviços de segurança, secretas, Forças Armadas e respetivos ministros de tutela – e preparadas as prioridades estratégicas para o ano seguinte.