Situação seria acelerada principalmente por um aumento na produção de petróleo; economia também seria beneficiada por uma alta de preços sustentada no mercado e rapidez na recuperação do sector não petrolífero na etapa pós-crise.
Angola deve melhorar as perspectivas macroeconómicas a curto prazo, impulsionada pela alta de preços do petróleo e a recuperação gradual pós-pandemia.
O Fundo Monetário Internacional, FMI, estima que o Produto Interno Bruto, PIB, do país cresça até 2,4% em 2022.
Médio prazo
A instituição aponta, no entanto, que as perspectivas de médio prazo são desafiadoras e altamente incertas. Os choques causados pela Covid-19 ainda são sentidos nas frentes econômica, de saúde e social.
Depois de quatro anos de recessão, a pandemia abalou a economia criando uma grande contracção na produção em 2020. A situação “pressionou de forma severa” os equilíbrios externos e reduziu ainda mais os rendimentos médios da população angolana num contexto de altos níveis de pobreza.
As pressões começaram a diminuir um pouco devido a factores como alta dos preços globais do petróleo e contenção dos níveis de infecção pela Covid-19, mas a recuperação “provavelmente continuará parcial” este ano.
O FMI observa que a produção de petróleo, o principal produto exportado pelo país lusófono, permanece baixa. Em tendência oposta seguem a dívida e a inflação.
Pandemia e clima
O setor não petrolífero deve recuperar apenas de forma gradual. Nestas actividades, o crescimento do PIB deve ser lento, atingindo 2,3% em 2021, com a persistência da pandemia e os choques climáticos adversos recentes que devem ditar a interrupção de algumas ações.
A estagnação do PIB prevista para este ano deve reflectir uma queda persistente da produção de petróleo e gás, devido ao investimento moderado e a questões técnicas.
Os riscos em relação ao crescimento de Angola baixam a curto prazo. Mas a recuperação global dos preços do petróleo podem reverter a situação, associados a um possível agravamento da pandemia em níveis global ou nacional e ao mais do que o previsto na economia não petrolífera.
Os efeitos de factores relacionados ao clima na economia também podem ser maiores do que o esperado. Caso aconteça, essa situação poderia levar a uma contração mais profunda do que o esperado em 2021.
Recuperação
O FMI aponta ainda desafios colocados à dinâmica da dívida de Angola, como a falha na implementação total do programa de reformas do governo. Entre as medidas importantes estão o ajuste fiscal, que poderia afetar a possível recuperação.
Uma situação mais optimista para a economia angolana seria determinada pela maior produção de petróleo, preços mais altos sustentados do produto e uma recuperação mais rápida da economia não petrolífera.