Os voos humanitários para trazer os cerca de 7.000 angolanos retidos em Portugal devido ao fecho de fronteiras no seu país vão ter início na próxima terça-feira, anunciou o secretário de Estado para a Saúde Pública.
Franco Mufinda, que falava no habitual balanço epidemiológico diário sobre a Covid-19, não detalhou quantos angolanos deverão regressar de Portugal na próxima terça-feira (21.07). Mas indicou que chegaram quinta-feira (16.07) ao país 270 angolanos provenientes do Brasil, entre os quais 27 crianças.
O Governo angolano tinha anunciado, na quarta-feira (15.07), que Portugal seria o próximo destino de repatriamento para os angolanos que querem regressar ao seu país, cujas fronteiras foram encerradas a 20 de Março devido à pandemia de covid-19, mas sem avançar datas.
Segundo o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, que é também coordenador da comissão multissetorial de combate e prevenção da covid-19, cerca de 7.000 angolanos aguardam em Portugal para ser repatriados.
“O próximo destino será Portugal. Como sabem temos uma comunidade à espera do regresso de cerca de 7.000 cidadãos”, o que vai representar um esforço elevado em termos financeiros e de meios de transportes, adiantou.
Angolanos em “condições difíceis”
“Estão em condições bastante difíceis, reconhecemos isto. Não imagino estar três, quatro meses fora de casa e sem recursos para sobreviver”, sublinhou o general Pedro Sebastião.
Depois disso será dada atenção a outros núcleos de angolanos que estão espalhados pela Europa e pelo mundo, como Dubai, disse na mesma altura.
Angola anunciou mais 31 casos de Covid-19 aumentando o número total para 607, dos quais 28 óbitos. A pandemia já provocou mais de 584 mil mortos e infectou mais de 13,58 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em África, há 14.042 mortos confirmados em mais de 645 mil infectados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.