O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, faz esta quinta-feira (04.03) uma comunicação à nação no âmbito da situação de calamidade pública em que o país se encontra para prevenção da Covid-19.
De acordo com comunicado da Presidência da República, a intervenção do chefe de Estado está marcada para as 19:00 locais e será feita a partir do seu gabinete, em Maputo.
As comunicações à nação têm servido para fazer balanços e atualizar as medidas de prevenção. Moçambique tem um total acumulado de 668 óbitos devido à Covid-19 e 60.395 infeções, 72% das quais recuperadas.
Os números estabilizaram em fevereiro, depois de janeiro ter sido mais grave em número de casos, internamentos e mortes que todo o ano de 2020.
Aquele agravamento levou o Presidente moçambicano a anunciar, há um mês, 20 novas restrições, entre as quais o recolher obrigatório durante a noite, das 21:00 às 04:00, na área metropolitana de Maputo, que abrange os distritos de Matola, Boane e Marracuene.
Primeiras vacinas
No dia 1 de março, a cidade de Maputo recebeu as primeiras doses de vacinas contra a Covid-19, doadas pela China. Cerca de 60% do primeiro lote de 200 mil vacinas são destinadas aos profissionais de saúde moçambicanos que estão na linha da frente no combate à pandemia, segundo o Ministério da Saúde.
A capital moçambicana, que vive em recolher obrigatório noturno desde fevereiro, concentra o maior número acumulado de casos de infeção.
Dados oficiais indicam que desde março, quando foi registado o primeiro caso em Moçambique, pelo menos 2.805 profissionais de saúde foram infetados e, deste grupo, 22 morreram.
A sociedade civil tem exigido ao Governo a divulgação do plano de vacinação, que ainda não foi lançado oficialmente. “O Governo está a empurrar o assunto das vacinas com a barriga até que apareça um doador”, criticou Borges Nhamire, do Centro de Integridade Publica (CIP), para quem o processo se tem pautado pela falta de transparência.
O bastonário da Ordem dos Médicos de Moçambique, Gilberto Manhiça, aplaudiu o Governo por ter escolhido os profissionais de saúde para serem os primeiros a receber a vacina. A classe está numa situação de maior exposição à infeção pelo novo coronavírus e é também um vetor de propagação da doença, lembrou.
No plano de vacinação, também deverá ser dada prioridade a outros grupos expostos, com destaque para a polícia.