As autoridades sanitárias de Macau anunciaram hoje a realização de um terceiro teste à população, entre segunda e terça-feira, numa altura em que a cidade enfrenta o pior surto desde o início da pandemia.
O segundo teste à população terminou às 23:59 de sexta-feira e tal como no primeiro, no início da semana, mais de 667 mil pessoas foram testadas.
“Os testes em massa surtiram um grande efeito para interromper as cadeias de transmissão”, disse a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura de Macau, Ao Ieong U, durante a conferência de imprensa diária da Saúde.
No entanto, acrescentou a dirigente, “há a necessidade de realizar mais um”, porque “o número de casos tem vindo a crescer de forma rápida”, com o novo coronavírus “a propagar-se pela sociedade.
Na sequência do novo surto registaram-se 261 casos, incluindo 71 nas últimas 24 horas, revelou o director dos Serviços de Saúde de Macau. A maioria dos novos casos, 57, foi detectada “na comunidade” e não entre pessoas já isoladas, sublinhou Alvis Lo.
Ao Ieong U anunciou ainda que o número de postos de testagem vai aumentar de 32 para 41, seguindo os conselhos de peritos epidemiológicos da China continental.
“É necessário acrescentar mais postos de teste em massa, para reduzir o ajuntamento de pessoas”, disse a secretária, face a uma variante do novo coronavírus “altamente transmissível”.
Durante o teste à população, vão ser entregues a cada pessoa mais cinco ‘kits’ de testes rápidos.
À população foram entregues até à data cinco ‘kits’ e os resultados destes testes são descarregados numa plataforma ‘online’. Entretanto, as autoridades tinham pedido à população para realizar dois testes de antigénio, em casa, no sábado e hoje.
Também hoje, o Governo anunciou que Macau vai manter todos os serviços públicos encerrados, pelo menos até 01 de Julho.
Desde 19 de Junho que Macau está em estado de prevenção imediata, tendo as autoridades antecipado o final do ano lectivo.
Mais tarde, o Governo declarou ainda a suspensão da actividade de todos os espaços de diversão e dos restaurantes, permitindo apenas o serviço de ‘takeaway’, a actividade dos museus e dos equipamentos sociais que prestam serviços diurnos (creches, centros de cuidados especiais e centros comunitários) e as visitas a lares de idosos.
As autoridades encerraram também edifícios de habitação onde foram detectados casos, não sendo permitida a saída dos residentes. A par destas zonas vermelhas, foram criadas zonas amarelas em prédios adjacentes, com medidas de controlo menos restritivas.
Até ao início do actual surto, Macau tinha detectado 83 casos de covid-19 confirmados e 191 assintomáticos, a esmagadora maioria dos quais importados.
O território, que, à semelhança do interior da China, segue uma política de “zero casos”, não registou até ao momento qualquer morte ligada ao novo coronavírus.