O MPLA e a UNITA divergem no que diz respeito ao levantamento da cerca sanitária em Luanda, uma situação que está a dificultar milhares de pessoas na capital do País e a sua economia.
Na opinião da UNITA a cerca devia ser levantada já que em várias províncias do País há casos positivos da Covid-19 o que faz com que seja “inútil a cerca sanitária imposta na capital”.
“Entendemos que já não faz sentido continuarmos sob cerca sanitária e temos muita gente a perder o emprego por causa disso, quando já temos casos positivos em quase todas as províncias do país”, disse o secretário provincial da UNITA em Luanda, Manuel Ekuikui salientando que a cerca sanitária está a criar “muitos problemas à população na capital”.
Interpelado pelo Novo Jornal, Manuel Ekuikui lamentou que centenas de camiões com mercadorias vindos do sul, norte e leste do País tenham dificuldades para entrar em Luanda.
“Durante a pandemia da Covid-19 constatamos que a produção nacional ajuda os milhares de habitantes da capital do País. Por isso, a UNITA insiste no levantamento da cerca sanitária na capital do País”, acrescentou.
Opinião diferente tem o secretário do Departamento de Propaganda e Informação do Comité Provincial do MPLA, Victor Nataniel Narciso, que considerou não estarem ainda criadas as condições para o levantamento da cerca sanitária em Luanda.
“Não obstante a situação económica e social, deve haver ponderação para o levantamento da cerca sanitária na província de Luanda”, disse Victor Nataniel Narciso.
A manutenção da cerca sanitária em Luanda é justificada pelo Governo com a situação epidemiológica “preocupante”.
Durante o período em que vigora a cerca sanitária, as fronteiras da província estão sujeitas a controlo sanitário, salvaguardando-se as entradas e saídas de bens e serviços essenciais, bem como de doentes e ajuda humanitária e outras situações a determinar pelas autoridades competentes.
Angola contabiliza 2.283 infectados, 102 óbitos e 911 recuperados e 1270 activos, a esmagadora maioria em Luanda, mas já existem registos de largas dezenas de casos noutras províncias, nomeadamente Kwanza Norte, Cabinda, Benguela, Zaire…