A infecção pela Covid-19 de 30 funcionários no Bloco 3, operado pela Sociedade Angolana de Combustíveis (Sonangol), obrigou o Governo angolano a ordenar a evacuação de todos os trabalhadores das plataformas petrolíferas que integram aquele bloco.
A operação foi decidida depois de as autoridades sanitárias terem concluído que 30 dos 100 casos relatados no último domingo, 9, são trabalhadores afectos a plataformas petrolíferas, que funcionam em regime de rotação.
O secretário para a Saúde Pública, Franco Mufinda disse, na quarta-feira, 12, que “já foram tomadas as devidas medidas de saúde pública, centradas no rastreio e testagem dos contactos dos respectivos casos positivos, assim como a desinfecção das respectivas plataformas”.
Mufinda não precisou, no entanto, o número de plataformas a evacuar nem a nacionalidade dos trabalhadores contaminados do Bloco 3, que compreende os campos Palanca, Pacassa, Búfalo e Impala, na região do Soyo.
O activista social Raul Paulo disse à VOA que a revelação do Ministério da Saúde fez aumentar o medo no seio da população daquela circunscrição administrativa, onde suspeita-se ter já ocorrido mortes, supostamente, provocadas pelo novo coronavírus.
Informações disponíveis, relativas a 2005, dão conta que o grupo que explora os blocos 3/05 e 3/05-A, é liderado pela Sonangol e integra capitais chineses, japoneses, italianos, sérvios e croatas.
Situado ao largo da costa angolana, o Bloco 3/05 é o principal activo da Sonangol Pesquisa e Produção, tendo atingido uma produção de 15,8 milhões de barris durante o ano de 2015.
O economista Pedro Godinho admite que a paralisação da produção, como resultado da evacuação das plataformas vai ser “muito danosa” para as contas da Sonangol e para a economia do país no geral, que continua a depender maioritariamente das receitas de petróleo.
Godinho diz que a retoma da produção nas plataformas afectadas vai levar algum tempo, uma vez que a evacuação, a desinfestação e o processo de substituição de pessoal angolano e expatriado poderão registar alguma demora.
Angola registou ontem mais 27 novos casos da Covid-19 e dois recuperados, somando um total de 1.762 pessoas infectadas, das quais 577 tidas como recuperadas da doença.
O número de vítimas fatais é de 80.