Simone Gbagbo esposa do antigo Presidente Laurent Gbagbo, que a Costa do Marfim recusou entregar ao TPI, regozijou-se com o seu regresso ao país o mais brevemente possível, depois da sua absolvição a 31 de março pelo TPI de alegados crimes contra a humanidade, perpetrados durante a crise pós-eleitoral despoletada em novembro de 2010, quando Laurent Gbagbo recusou reconhecer a vitória do seu rival Alassane Ouattara, violência que em cinco meses causou mais de 3.000 mortos.
A Frente Popular Marfinense – FPI – partido de que Laurent Gbagbo é presidente e a sua esposa Simone Gbagbo vice-presidente, está dividido em duas facções rivais, mas todos festejam a absolvição do seu líder, o seu próximo regresso à Costa do Marfim e apelam à reconciliação, a começar por Simone Gbagbo, que mal soube da sua absolvição pelo TPI declarou:
“Estou muito contente, muito, muito, muito feliz pelo que se passa neste momento, pelo que vivemos hoje, finalmente a justiça decidiu e é uma boa coisa. É normal que ele regresse a Abijão, é a casa dele não ? Ele foi chefe de Estado, é chefe de família, é presidente de um partido, todos o aguardam, nós esperamo-lo e estamos muito, muito, felizes em recebê-lo daqui a pouco tempo, esperamos que tal aconteça o mais brevemente possível”.
Simone Gbagbo de 71 anos, vice-presidente do FPI – Frente Popular Marfinense, ex-deputada e presidente do seu grupo parlamentar, foi presa com Laurent Gbagbo em 2011, ambos acusados de crimes contra a humanidade, mas a Costa do Marfim recusou entregá-la ao TPI, contrariamente ao seu marido.
Em 2017 a justiça marfinense absolveu-a deste crime, mas condenada a 20 anos de prisao por atentado à segurança do estado, ela esteve detida 7 anos na Costa do Marfim, tendo sido libertada a 8 de agosto de 2018, no quadro da amnistia decretada pelo Presidente Alassane Ouattara.
A crise pós-eleitoral despoletada em novembro de 2010, quando Laurent Gbagbo recusou reconhecer a vitória de Alassane Ouattara nas eleições presidenciais, causou mais de 3000 mortos em cinco meses.
Simone Gbagbo, liderou uma célula de crise, que era um verdadeiro órgão de decisão a nível da segurança do Estado – o GPP ou Grupo dos Patriotas para a Paz – ela foi acusada por um membro de financiar esta célula, criada 2002 apos o golpe de estado falhado dos ex rebeldes das Forças Novas FN contra Laurent Gbagbo, constituído por milícias que organizaram ataques e assassínios de opositores civis e militares próximos de Alassane Ouattara.