O jornalista Rafael Marques e a socióloga Tânia da Carvalho apresentaram esta segunda-feira, 2 de Maio, uma queixa-crime à Procuradoria- Geral da República, contra José Carlos Paiva por alegada corrupção e apropriação indevida de bens.
O jornalista e investigador angolano Rafael Marques desafiou o presidente do Conselho de Administração do Banco Angolano de Investimentos, José Carlos Paiva, a provar publicamente que não se apropriou de 13% das acções da instituição bancária, sem a devida autorização.
Em entrevista a Voz da América, Rafael Marques disse que as informações em que se baseia a denúncia foram fornecidas pelo próprio banco BAI.
A denúncia lembra que quando o BAI foi criado, em Novembro de 1996, numa altura que a Sonangol era a principal investidora da instituição bancária, com 18,5% das acções, posição que diminuiu 10% ao longo do tempo, tendo esse capital sido assumido por alguns dirigentes da empresa, entre os quais José Carlos Paiva.
Rafael Marques e Tânia de Carvalho referem que “não se encontraram movimentos financeiros consentâneos e justificativos da compra privada de acções do BAI por parte de José Carlos de Castro Paiva”, e acrescentam que este “sempre se comportou e ainda se comporta como o verdadeiro proprietário das acções”.
Entretanto, ouvidos pela Camunda News, ambos os queixosos, Rafael Marques e Tânia de Carvalho remeteram os seus comentários à Procuradoria-Geral da República em função da queixa-crime já ter dado entrada naquele órgão judicial do qual esperam uma acção ou um pronunciamento sobre os factos nos próximos dias.
De referir que o governo angolano admite vender em bolsa a participação da Sonangol, no banco BAI, mas na visão do jornalista Rafael Marques, nenhum investidor estrangeiro vai querer se ver envolvido numa confusão da qual o próprio banco não consegue explicar a sua estrutura accionista.