Os ministros dos Transportes de Angola, República Democrática do Congo (RDC) e Zâmbia decidiram desenvolver um plano integrado para a reabilitação, manutenção e operação da rede de Caminhos-de-Ferro que vai servir o Corredor de Desenvolvimento do Lobito.
A medida está expressa nas recomendações da primeira reunião ministerial dos titulares dos Transportes, realizada na cidade ferroportuária do Lobito (Benguela).
O projecto integrado visa proporcionar um troço de transporte ferroviário mais curto e eficiente do porto para a cintura do cobre da RDC e da Zâmbia.
A rede do Caminho-de-Ferro do Corredor do Lobito integra o sistema do Caminho-de-Ferro de Benguela (Angola), Societé National de Chemin de Ferre (RDC) e Zâmbia Road Limited (Zâmbia).
Aposta
Os titulares dos Transportes dos três países decidiram igualmente desenvolver um plano integrado para a reabilitação, manutenção e gestão da rede de infra-estruturas rodoviárias do Corredor do Lobito a nível de cada Estado.
O projecto tem como objectivo principal criar uma rede de estradas para proporcionar a circulação de pessoas e bens dos três países, e promover o transporte internacional multimodal. Para isso, será definida a concessão e desenvolvimento dos troços do Jimbe, Luau e Dilolo como postos fronteiriços interligados, de modo a melhorar a eficácia.
As partes concordaram harmonizar as políticas, regulamentos, leis e padrões do comércio e transportes, tendentes a facilitar o fornecimento de infra-estruturas e serviços. Além disso, será desenvolvido um instrumento jurídico, memorando de entendimento, que providenciará um mecanismo para uma governação conjunta do Corredor do Lobito.
Os ministros debateram também vários temas, com particular realce para a dinamização do Corredor do Desenvolvimento do Lobito, estabelecimento de mecanismos de gestão do Corredor e plano integrado para reabilitação, manutenção e administração da rede de infra-estruturas de transportes do Corredor.
A reunião ministerial decorreu sob o lema “Corredor do Lobito: União, Integração e Desenvolvimento Económico”.
Angola aposta forte na integração regional das economias
O Executivo angolano está cada vez mais apostado em facilitar as transações comerciais entre os três países interligados pelo Corredor do Lobito. Segundo o ministro dos Transportes de Angola, Augusto da Silva Tomás, foram investidos 1,2 mil milhões de dólares norte-americanos, para a modernização do Porto do Lobito e Caminho-de-Ferro de Benguela.
O governante que discursava na primeira reunião ministerial sobre o desenvolvimento do Corredor do Lobito, que decorreu de 13 a 15 do corrente, no Lobito (Benguela), o objectivo é conferir a estas infra-estruturas, maior competitividade com vista a dinamização da economia angolana em particular e regional em geral.
De acordo com o ministro, o Porto do Lobito e o CFB são duas empresas que se completam e que constituem um factor de desenvolvimento dos países que integram o corredor, nomeadamente Angola, Zâmbia e a República Democrática do Congo.
Segundo avançou, os investimentos em curso vão permitir o restabelecimento da importância que o transporte ferroviário de trânsito desempenhou no passado, do Porto do Lobito em direcção aos países encalhados, que no passado movimentava 80 por cento do tráfego.
Perspectivas
Por outro lado, Augusto da Silva Tomás considerou o CFB como um factor de coesão internacional entre as regiões da África Central e Austral, promovendo a diversificação e a complementariedade da economia dos vários países, tendo em vista os mercados internos e a produção de bens e serviços para o mercado global.
Infra-estruturas integradas
Os três países vão contar igualmente com o Aeroporto Internacional da Catumbela, com um terminal de 13.500 metros quadrados, duas mangas de embarque e desembarque, 18 balcões para o Serviço de Migração Estrangeiro e um sistema de ajuda à navegação aérea. A infra-estrutura vai movimentar 2,2 milhões de passageiros por ano.
No seu pronunciamento, o ministro dos Transportes destacou que o aeroporto vai jogar um papel preponderante na economia local e regional, especialmente nos sectores de comércio, serviços e turismo. Para Augusto Tomás, o volume de tráfego esperado vai atrair investimentos nas áreas do turismo, hotelaria e restauração, cujos níveis de crescimento são cada vez mais animadores. Através do seu centro de carga aérea, o empreendimento aeroportuário vai contribuir para a óptimização da logística dos fluxos de mercadorias que circulam no Corredor do Lobito, através da maximização das operações dos meios aéreos de formas a reduzir os custos operacionais e o tempo.
ANDRÉ SIBI, enviado especial no Lobito
(Jornal de Economia & Finanças)