Nove contratos de investimento privado, avaliados em 28 milhões, 166 mil e 155 dólares norte-americanos, foram assinados, nesta quinta-feira, em Luanda, pelo Ministério da Indústria, através da Unidade Técnica de Apoio ao Investimento Privado (UTAIP).
Trata-se de investimentos ligados aos sectores de bens alimentares, indústria de pasta de papel, cartão e seus artigos, mobiliário de madeira e fabricação de produtos químicos.
Deste valor, cerca de 23 milhões, 791 mil e 151 dólares americanos representam investimento interno (nacional) equivalente a 84,34 porcento. Sete destes projectos serão implementados em Luanda e apenas dois na província do Uíge.
A empresa Alba da Vida, localizada no município de Cacuaco, com um investimento externo de cerca de milhão de dólares, prevê produzir em média mil e 372 toneladas /ano de massas alimentares, enquanto a Pernla – empreendimentos e indústria, LDA (Viana ) e a Atlas Timber Company (município de Quitexe, província do Uíge), vocacionadas para o fabrico de sacos plásticos e exploração e transformação de madeira, possui cada um investimento externo na ordem de um milhão de dólares.
A primeira prevê produzir mil toneladas de sacos plásticos, numa área de 900 metros quadrados, enquanto a segunda tem uma capacidade de produção média anual de 970 mil e 600 unidades de produtos derivados de madeira.
A Indalar-Indústria de descartáveis de Angola, com um investimento interno de 4 milhões 287 mil e 228 dólares americanos, está localizada no município de Negage (Uíge), e tem uma capacidade instalada anual de 30 milhões de unidades de fraldas descartáveis e igual número de pensos higiénicos descartáveis de vários tipos e tamanhos.
Enquanto isso, a fábrica Nahle, LDA – de fabrico de chapas e tubos (Pólo industrial de Viana) e a Acail Angola – indústria de comércio de ferro (município de Mazozo), possuem investimentos internos de 8 milhões e 500 mil dólares e 8 milhões e 193 mil e 923 dólares.
A primeira tem uma capacidade produtiva de 11 mil e 100 toneladas /ano de chapas de zinco, 12 mil toneladas/ano de chapas caneladas e 19 mil 500 toneladas /ano de tubos, enquanto a segunda terá uma produção média de três mil e 14 unidades de postes de betão.
A empresa Happylife Industry e a Limpo D’Ouro localizadas no município de Cacuaco, cujos valores de investimento estão avaliados em um milhão e 350 mil dólares e 2 milhões de dólares respectivamente, estão vocacionadas para uma produção média anual de 1001,6 toneladas de sacos plásticos para diversos fins e 28 mil e 75 hectolitros de detergentes em liquido e 11 mil e 709 toneladas de detergente em pó.
A Casa dos Fresco S.A, localizada em Luanda, com um investimento português na ordem de 835 mil dólares, pretende manter a produção de 4 mil e 200 toneladas de pão e 720 toneladas de produtos de pastelaria diversa.
Durante o ano em curso, o sector industrial assinou 39 contratos de investimento contra 49 em 2016.
Na cerimónia de assinatura, a ministra da Indústria , Bernarda Martins, sublinhou que o ano de 2017 não foi melhor que 2016, pois em 2016 o sector registou um valor global de projectos aprovados na ordem dos 185 milhões de dólares, enquanto 2017 termina com investimentos na ordem dos 180 milhões de dólares.
Esta ligeira baixa, está ligada ao próprio contexto da economia nacional, pelo que se espera que 2018 seja melhor, tendo em conta que o ambiente de negócios vem melhorando .
A apontou a indústria alimentar como estando a dar já alguns passos positivos , a industria dos materiais de construção, plástico e com algum agrado a indústria de mobiliário de madeira.
Reconheceu que os projectos assinados , assim como os que estão em curso, têm assistido algumas dificuldades na sua implementação, mas também sublinhou que se começa a assistir-se algum investimento realizado.
“Há orientações para captarem-se cada vez mas mais investimentos. Os investimentos são executados, montam-se as empresas com algumas dificuldades, mas o seu arranque sofre algumas dificuldades”, referiu.
Considerou o trabalho realizado pelo sector durante o ano prestes a terminar como sendo positivo, augurando melhorias em 2018.
“O sector está consciente de que deve trabalhar para a captação de investimento para o país . Mas do que uma crise financeira que o país vive , é de facto uma crise de produção e o incremento da indústria transformadora é a saída” disse o directo da Unidade Técnica de Apoio ao Investimento Privado (UTAIP) , Miguel Domingos Soares Luis. (Angop)