FSLN tem 74,9% da preferência contra 14,7% do 2º colocado apontam resultados preliminares
A Nicarágua espera finalizar a apuração para saber quem será seu novo presidente oficialmente, mas resultados provisórios indicam a reeleição do actual presidente, Daniel Ortega. Com 49,25% dos votos contabilizados, Daniel Ortega, da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), lidera com pouco maios de 1 milhão de votos, representando 74,9% da votação. Já o segundo colocado é o actual deputado Walter Espinoza, do Partido Liberal Constitucionalista, com 14,7% da preferência, equivalente a 194 mil votos.
Atrás estão o Partido Caminho Cristão com 3,44% dos votos, a Aliança Liberal Nicaraguense com 3,27%, a Aliança pela República com 2,20% e o Partido Liberal Independente com 1,70%.
De acordo com o Conselho Supremo Eleitoral da Nicarágua, cerca de 65% do eleitorado compareceu às urnas no último domingo (7) para eleger presidente, 92 deputados para a Assembleia Nacional e 20 representantes para o Parlamento Centro-Americano. Os resultados oficiais devem ser divulgados até 15 de Novembro, enquanto a posse dos novos funcionários públicos deve acontecer em Janeiro de 2022 para o período de gestão até 2027.
O processo foi acompanhado por 210 observadores internacionais, entre especialistas latino-americanos, estadunidenses e europeus.
Ortega e a vice Rosario Murillo já despontavam como favoritos nas pesquisas de opinião prévias às eleições. Durante as últimas gestões da organização de esquerda, a Nicarágua conseguiu reduzir pela metade o índice de pobreza, passando de 48% para 24% da população.
Alguns presidentes latino-americanos já felicitaram o casal reeleito. O presidente de Cuba, Miguel Díaz Canel, afirmou que “as eleições deste domingo foram uma demonstração de soberania e civismo diante da cruel campanha midiática que sofrem. Contem sempre com o apoio de Cuba”.
O chefe de Estado venezuelano Nicolás Maduro disse: “Felicito o presidente irmão comandante Daniel Ortega e sua companheira Rosario Muirillo pela vitória histórica do domingo. Nós venezuelanos reiteramos o amor e o compromisso em trabalhar unidos pela felicidade dos nossos povos”.
A Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba-TCP) publicou um comunicado, afirmando que “apesar das pressões diretas e indiretas ameaças ingerencistas, foi o povo nicaraguense que deu uma lição de democracia, elegendo livremente seus representantes”.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguéi Lavrov, também assegurou que Moscou enviou observadores e “de acordo com seus depoimentos, as eleições foram organizadas e cumpriram com a legislação nicaraguense, as regras sanitárias impostas pela covid-19 e uma significativa participação cidadã”.
Por outro lado, o representante de política exterior da União Europeia Josep Borrel disse que o bloco não irá reconhecer a legitimidade do resultado.
Da mesma forma, presidentes de direita, como Laurentino Cortizo, do Panamá, e Iván Duque, da Colômbia, rechaçaram a vitória de Ortega, denunciando uma suposta “falta de garantias democráticas” para celebrar o processo eleitoral.