O líder da Igreja Universal do Reino de Deus, Bispo Alberto Segunda, solicitou na manhã desta terça-feira, 19 de Abril, a intervenção do Presidente João Lourenço na mediação do conflito que ainda persiste na igreja fundada pelo Bispo Edir Macedo.
Em conferência de imprensa, o Bispo Alberto Segunda, aproveitou a ocasião para apelar ao mais alto magistrado da Nação, o Presidente João Lourenço, para a mediação deste conflito que se arrasta há dois anos, principalmente, porque a Igreja Universal e as centenas de milhares de fiéis há muito que ansiavam pela reabertura dos seus templos para exercerem livremente e, em condições condignas o culto religioso.
“Gostaríamos que o Presidente da República, desse uma atenção especial aos mais de 500 mil fiéis que a Igreja Universal tem neste momento e que clama por justiça e que ajudasse na mediação desse conflito”, pediu o Bispo, garantindo ser importante que a igreja tenha os templos abertos, na medida em que a justiça foi feita, o pronunciamento do juiz é claro ao dizer que não há provas de que os que estavam no banco dos réus cometeram os crimes dos quais eram acusados e que os fiéis precisam orar por Angola, pelas eleições gerais que acontecerão em Agosto e, acima de todos, pelos angolanos de Cabinda ao Cunene.
Impasse na reabertura dos templos
Depois de na semana finda a Igreja Universal do Reino de Deus, ter feito a abertura dos templos, permitindo deste modo que os fiéis voltassem aos cultos, a igreja liderada pelo Bispo Alberto Segunda, foi confrontada com uma nova ordem de encerramento, desta vez, da parte do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos (INAR), que na visão dos bispos e responsáveis da igreja fundada pelo Bispo Edir Macedo viola, de forma flagrante, uma ordem judicial, pelo facto do acórdão do tribunal absolver os arguidos ligados a IURD da maioria dos factos que vinham acusados e ter ordenado ao levantamento da apreensão dos templos de forma imediata e a sua restituição aos seus donos legítimos.
Alberto Segunda disse que sempre acreditou e continua a acreditar nas instituições do Estado, reconhecendo o empenho para a realização do Estado Democrático e de Direito, embora duvida da idoneidade do INAR em função da maneira como está a dirigir o processo da restituição do património da Igreja que, para o Bispo deixa evidente sinais de favoritismo a uma das partes, principalmente, ao desrespeitar as decisões saídas do Tribunal no dia 31 de Março do ano em curso.
“O acórdão proferido pelo Tribunal determinou o levantamento da apreensão dos templos por entender não se justificar a manutenção dessas apreensões”, explicou, referindo mais adiante que, tal como notou o tribunal, durante a leitura do acórdão, não lhe cabe, no âmbito da jurisdição criminal, aferir da legitimidade da direcção da Igreja.
Durante a conferência de imprensa, o Bispo Alberto Segunda acusou mesmo o Director Adjunto do INAR, Ambrósio Micolo de se ter pronunciado de forma errada ao afirmar que a sua instituição poderia efectuar a entrega dos bens apreendidos à liderança reconhecida pelo INAR.
“Tudo porque existem dezenas de processos cíveis para clarificar essa situação, o que determinou o levantamento da apreensão e, a consequente, restituição aos possuidores”.
Neste sentido, apelou o Bispo da IURD, que as autoridades públicas, policiais e, até mesmo, o Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos devem respeitar a decisão judicial que restituiu os templos, por ser uma decisão soberana e não pode ser desrespeitada por outras instituições ou autoridades do Estado.
E acrescentou mais: “Esta decisão nem pode ser fruto de ‘interpretações’ contrárias ao que está descrito, sob pena de estarmos perante a ilegalidades e injustiças que podem pôr em causa o Estado de Direito”, notou.