Dominaram a cerimónia de abertura as intervenções do emir do Catar, Sheikh Tamim Bin Hamad Al Thani, do Secretário-Geral (SG) das Nações Unidas, António Guterres, de Csaba Korosi, presidente da Assembleia Geral, Lachezara Stoeva, presidente do Conselho Económico Social.
Também intervieram o Chefe de Estado do Malawi, Lazarus Mc Carthy Chakwera, na qualidade de presidente do Grupo de Países Menos Desenvolvidos, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Mevlut Çavusoglu, entre outras individualidades.
Guterres disse que a vaga da Omicron que cancelou subitamente a realização deste evento em Janeiro de 2022, demonstra que o mundo está sujeito a mudanças constantes, e imprevisíveis, referindo que, desde então o mundo viu a erupção da guerra na Ucrânia, com um impacto devastador neste país, mas também nos menos desenvolvidos que agora sofrem com preços astronómicos da alimentação e da Energia.
O SG da ONU disse que se aprofundam as tensões globais e que talvez não haja questão mais importante em torno da qual do que transformar as palavras do Programa de Acção de Doha em resultados.
“Os Países Menos Desenvolvidos estão a ficar perdidos em marés crescentes de crise e incerteza, caos climático e profunda injustiça global, não conseguem acompanhar as mudanças tecnológicas rapidíssimas e o desemprego cresce, principalmente entre os jovens”, declarou.
Lamentou o facto de que “o profundamente disfuncional sistema financeiro global tem enviado aos PMD as cotas mais elevadas, as taxas de juros são até oito vezes mais elevadas do que nos países desenvolvidos e as coisas tendem a piorar”.
Como disse, hoje 25 economias em desenvolvimento gastam 20 por cento dos seus orçamentos nacionais, não na construção de escolas, não em alimentar o seu povo, não em oportunidades de desenvolvimento para mulheres e raparigas, mas a pagar dívidas.
Guterres afirmou que os PMD precisam de uma revolução de apoio em várias áreas fundamentais. “Nós apresentamos aos G-20 um pacote de estímulos para reunirmos o mundo e conseguirmos entregar aos PMD, pelo menos, 500 mil milhões de dólares por ano aos PMD”, sublinhou.
Por seu turno, o anfitrião da conferência, Sheikh Tamim Bin Hamad Al Thani, anunciou, no quadro dos compromissos do Estado do Catar para com os PMD uma contribuição de 60 milhões de dólares, dos quais 10 milhões para apoiar a implementação do programa de Acção de Doha, e 50 milhões para apoiar os resultados esperados.
Já para o Chefe de Estado do Malawi, Lazarus Mc Carthy Chakwera, presidente do Grupo de Países Menos Desenvolvidos, há uma responsabilidade global comum para enfrentar os desafios de segurança, da crise energética, da crise da dívida e encontrar soluções através d e um compromisso colectivo.
Existe uma responsabilidade moral de os países mais ricos e desenvolvidos contribuírem para que os PMD possam vencer e ultrapassar os desafios globais. “Esta é uma responsabilidade e não um favor”, asseverou.
O programa da conferência prossegue durante todo o dia, com a intervenção das várias individualidades, entre Chefes de Estado ou seus representantes, assim como de diversas organizações internacionais