Prumo diz ter contactado a Sonangol para informar que as casas estavam concluídas para ser entregues aos compradores, sendo que o acto não chegou a ser consumado até ao momento, porque “há facturas que não foram pagas há mais de 10 anos”.
A Sonangol reconhece, no seu relatório e contas de 2014, ter uma dívida a pagar à empreiteira Prumo de 2,6 mil milhões de kwanzas, correspondentes a mais de 27 milhões de dólares, à taxa de câmbio do período, pela conclusão das obras de dois condomínios de luxo da Cooperativa Cajueiro, em Malanje, assinala o documento consultado pelo Novo Jornal.
A direcção da empreiteira revelou ao NJ que, até antes de 2012, recebeu 60% do valor da empreitada à Sonangol, sendo assim, falta serem diluídos 40%, ou seja, pouco mais de 2,6 mil milhões Kz, representando mais de 27 milhões de dólares, valor da dívida a ser liquidada, como faz referência o relatório. O documento indica, entretanto, que o acordo entre a Cooperativa Cajueiro e a Prumo, para a construção dos dois condomínios na terra da Palanca Negra Gigante, terá custado aos cofres da Sonangol 68 milhões de dólares.
A Prumo diz ter contactado a Sonangol em 2012, para informar que as casas estavam concluídas, a fim de serem entregues aos compradores, mas o acto não chegou a ser consumado até ao momento, porque “há facturas que não foram pagas há mais de 10 anos”, argumentou a direcção da empreiteira.
Trata-se, relembre-se, de casas dos condomínios Palanca Negra e Missongo, que 86 cidadãos se manifestam, há 10 anos, agastados com a Cooperativa detida pela petrolífera, por não ter efectuado, até ao momento, a entrega das vivendas, como denunciaram os lesados ao NJ, na edição da semana passada.
Os argumentos da Sonangol ao Novo Jornal, segundo os quais só não entregou as casas aos visados porque há um litígio entre si e a empreiteira, situação que está a “condicionar a entrega das residências aos compradores”, não foram bem recebidos pela direcção da Prumo, pois esta diz não concordar com a posição da petrolífera.