AFP
Mais de 2.200 incêndios florestais foram registrados na Colômbia neste ano, a cifra mais alta dos últimos 20 anos, devido à mudança climática e às queimadas realizadas por particulares, informaram nesta segunda-feira (16) organismos de emergência.
Os incêndios “aumentaram enormemente em relação com outros anos”, indicou Eduardo González, diretor da Unidade para a Gestão do Risco de Desastres (UNGRD), em coletiva de imprensa em Bogotá.
Desde janeiro, 2.217 conflagrações foram registradas pelo organismo na Colômbia, afetando 128.777 hectares, principalmente nos departamentos de Tolima, Cundinamarca, Huila (centro), Cauca e Nariño (sudoeste).
A maioria foi provocada “pela mão do homem na tentativa de adequar terrenos para o plantio de produtos” agrícolas, denunciou González.
O capitão Germán Miranda, diretor nacional dos bombeiros, apontou o aquecimento global como um fator agravante dos incêndios.
“Antes, os níveis de temperatura ambiental nos permitiam controlar os incêndios mais rápido. Agora estamos enfrentando até 42-43 graus Celsius. Isso faz com que ganhem muito mais força, que afetem mais áreas e os torna mais recorrentes”, manifestou à AFP.
A cifra deste ano é “o pico mais alto” desde que se tem um registro dos incêndios, em 1999, acrescentou.
Segundo os organismos de emergência, a Amazônia colombiana não foi afetada pelos incêndios este ano, diferentemente do que aconteceu no Brasil e na Bolívia, onde as chamas devoraram milhares de hectares.
No Brasil, de janeiro até 5 de setembro, os satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) contabilizaram 96.596 focos de incêndio, 51,4% deles na região amazônica.
Na Bolívia, o fogo destruiu desde maio dois milhões de hectares de florestas e pastos, entre eles áreas protegidas, segundo cifras oficiais.