A circulação rodoviária entre as províncias da Huíla e de Benguela voltou a ser cortada, pela segunda vez no corrente mês, em consequência do desabamento da ponte alternativa sobre o rio Cutembo, devido às fortes chuvas que se abatem sobre a região.
Dezenas de camiões de longo curso e veículos ligeiros, transportando pessoas e mercadorias diversas, aguardam por uma solução imediata, que volte a normalizar a passagem.
Nelson Mário, agente do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros na Huíla, que acompanhou uma equipa integrada por repórteres do Jornal de Angola, disse, ontem, que a passagem alternativa “foi arrastada pela forte corrente da água, que não poupou as pedras que eram transportadas por camiões”.
Acrescentou que a circulação está, efectivamente, cortada desde o dia 25 do corrente mês, por volta das 22 horas, “facto que está a provocar transtornos ao transporte de diversos produtos provenientes do litoral e do interior do país, com realce aos bens do campo, peixe e combustível”.
Algumas viaturas ficaram encalhadas no meio do rio do Cutembo, devido ao facto de os motoristas, apesar da perigosidade da área, terem tentado atravessá-lo. “Só não aconteceu o pior devido à pronta intervenção dos Bombeiros”, sublinhou Nelson Mário.
O camionista Bartolomeu Sapalo, há sensivelmente quatro dias parado na margem de Quilengues, teme que a situação se agrave “devido às fortes chuvas que se abatem sobre a região”.
“A quantidade de veículos, entre os quais camiões e autocarros, que está a se posicionar ao longo da estrada, nos dois sentidos, já inviabiliza as manobras para contornar na via Catengue-Huambo-Lubango”, disse, para acrescentar que vai preferir permanecer no local, até que o caudal reduza e se reponha a circulação.
Bartolomeu Sapalo apelou aos automobilistas a não voltarem arriscar atravessar o rio com as viaturas, porque “o caudal está cada vez mais a aumentar, com o risco de arrastar e/ou encalhar, principalmente os veículos de longo curso”.
Francisco Arcanjo está aflito pelo facto de a carinha Toyota não possuir sistema de produção de frio, para conservar as 60 toneladas de peixe diverso e marisco, provenientes das províncias do Cuanza-Sul e Benguela, com destino ao Cunene e Cuando Cubango.
“Já comunicamos aos fretadores da mercadoria que se encontram no Lubango e Benguela para agirem rápido para salvar os frescos, por não haver, em Cutembo, soluções rápidas para inverter o actual quadro, que já está a provocar prejuízos a vários empresários”, disse.
Família soterrada
Quatro pessoas morreram soterradas, sábado, no bairro da Mitcha, arredores da cidade do Lubango, em consequência do desabamento de um muro de adobe, devido às chuvas constantes.
Trata-se de uma idosa de 66 anos e três crianças de 2, 3 e 13 anos, respectivamente. As chuvas causaram, igualmente, a destruição do tecto de algumas residências, inundações de campos agrícolas, entre outros estragos.