26.5 C
Loanda
Sábado, Novembro 23, 2024

China demite ministro da Defesa que estava “desaparecido”

PARTILHAR
FONTE:DW

General Li Shangfu não era visto em público há dois meses. Agora, regime anunciou sua saída do posto, seguindo um padrão de sumiço e posterior demissão que já havia ocorrido com ex-ministro das Relações Exteriores.

O regime chinês destituiu oficialmente seu ministro da Defesa nesta terça-feira (24/10), na segunda mudança envolvendo um membro da alta cúpula do país em três meses e levantando questões sobre a estabilidade da liderança em torno de Xi Jinping.

O general Li Shangfu, que não era visto publicamente há dois meses, foi demitido do cargo de ministro da Defesa e conselheiro de Estado, de acordo com a mídia estatal.

A China anunciou ainda que Qin Gang, que havia sido removido do cargo de ministro das Relações Exteriores em julho, também foi destituído de um cargo de conselheiro. Assim como o general, Qin Gang também havia “desaparecido” antes de ser oficialmente demitido.

Parlamentares chineses do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo aprovaram a remoção das duas autoridades, informou a emissora estatal CCTV, sem dar qualquer explicação. Partido Comunista da China (PCC) é notoriamente opaco em questões internas de pessoal, e a liberdade da mídia e de expressão são severamente restritas no país.

Nenhum substituto para Li foi nomeado, deixando o país sem um ministro da Defesa enquanto o regime se prepara para receber autoridades de defesa estrangeiras no Fórum Xiangshan de Pequim, de 29 a 31 de outubro.

Li, de 65 anos, foi visto em público pela última vez em 29 de agosto. A Agência Reuters informou no mês passado que ele estava sendo investigado por suspeita de corrupção relacionada à aquisição e ao desenvolvimento de equipamentos.

Ele estava no cargo apenas desde março, quando Xi iniciou seu terceiro mandato como chefe de Estado. Li, que está sob sanções dos Estados Unidos por causa da compra de aeronaves e equipamentos de combate da Rússia, foi o ministro da Defesa da China que ficou menos tempo no cargo.

 - portal de angola
Qin Gang também havia desaparecido antes de ser oficialmente demitido Foto Thomas Trutschelphotothekpicture alliance

Qin também serviu menos de um ano antes de desaparecer e ser substituído por seu antecessor, Wang Yi. Nenhuma explicação formal foi dada, mas o Wall Street Journal citou fontes que disseram que Qin teve um caso extraconjugal enquanto era embaixador nos Estados Unidos.

Os desaparecimentos de Li e Qin têm levantado questões de diplomatas sobre as mudanças abruptas na liderança da China em um momento em que o crescimento econômico do país é lento e suas relações com os EUA têm piorado em uma série de questões.

jps (Reuters, DW, ots)

spot_img
ÚLTIMAS NOTÍCIAS
spot_imgspot_img
ARTIGOS RELACIONADOS

COP29: Em oposição a Trump, China abre-se à UE durante negociações sobre o clima

A China tem uma oportunidade na cimeira climática COP29 de marcar pontos com a União Europeia, potencialmente aliviando as...

Como poderão as relações da África com a China e os EUA evoluir na era Trump?

À medida que chegam notícias sobre as escolhas do gabinete do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, muitos estão...

O Brasil caminha na corda bamba entre a iniciativa Cinturão e Rota da China, o G20 e os Estados Unidos

No Brasil, a política externa parece ser uma dança delicada nos dias de hoje, com a administração do Presidente...

A China e a Indonésia aumentam a cooperação e assinam acordo de 10 mil milhões de dólares em energia e tecnologia verdes

A China e a Indonésia assinaram no domingo acordos no valor de 10 mil milhões de dólares no Fórum...